Os partidos mobilizam-se em pedidos de esclarecimento ao Governo a propósito da carência de médicos que afecta também o distrito de Aveiro.
A ocorrência de uma segunda noite no mês de julho em que não foi possível assegurar a presença de pelo menos dois especialistas na urgência obstétrica no hospital de Aveiro, levando a ativar o nível dois do plano de contingência, motivaram um pedido de esclarecimento ao Ministério da Saúde por parte dos deputados eleitos pelo PSD.
“Estes constrangimentos são provocados pela falta de especialistas, o que levará a que a situação volte a repetir-se”, alertam os parlamentares aveirenses.
As escalas, que já são conhecidas, indicam que existem 10 horários noturnos sem especialistas suficientes e, por isso, com urgência de obstetrícia fechada.
O serviço de urgência externa de ginecologia e obstetrícia encerrou já em dois dias, tido sido necessário direcionar duas utentes grávidas para a maternidade Daniel de Matos, em Coimbra.
“Os deputados social democratas estimam que o mesmo deverá acontecer em quatro horários diurnos até ao fim do mês de julho, caso o hospital não consiga encontrar prestadores de serviços da especialidade que garantam esses horários”, denunciando que o bloco de partos está igualmente encerrado, garantindo apoio apenas às utentes já internadas”, refere o comunicado.
Ainda segundo o PSD, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga tem 19 especialistas, mas a maioria tem mais de 55 anos e está dispensada de fazer urgências.
Os deputados social democratas “querem saber se tem a tutela conhecimento, e confirma, a situação em que se encontram as urgências de ginecologia e obstetrícia do Hospital de Aveiro”. Por outro lado, questionam a governante sobre “que esforços está a envidar a tutela para ajudar a administração hospitalar a contratar especialistas para garantir os 14 turnos e para quando estão previstas as alterações necessárias no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para dar respostas às necessidades dos utentes”.
“Grave carência de médicos de família no concelho de Aveiro”
Já o PCP, dá conta da “grave carência de médicos de família no concelho de Aveiro”. Segundo a concelhia, seguiu uma pergunta ao Governo através do grupo parlamentar comunista ”procurando esclarecer que medidas urgentes irá tomar para suprir as necessidades existentes, exigindo que concretize as soluções para salvar o SNS e para travar o seu desmantelamento, garantindo a todos o direito constitucionalmente consagrado à saúde.”
A estrutura local comunista refere que o Agrupamento de Centro de Saúde (ACeS) do Baixo Vouga, que abrange 11 concelhos, tem 18 ficheiros sem médico de família, o que corresponde a cerca de 37 mil utentes sem médico. E “apesar das necessidades apuradas no ACeS do Baixo Vouga serem manifestamente superiores, apenas foram abertas cinco vagas para a especialidade de Medicina Geral e Familiar.”
Só no concelho de Aveiro, são 5008 utentes que atualmente não contam com médico de família, o que corresponde à necessidade de contratação de quatro médicos.
Para o PCP, “a solução para este problema não pode passar pela sobrecarga dos actuais profissionais de saúde” mas sim “medidas concretas de defesa do SNS garante de igualdade entre todos os cidadãos no acesso à saúde” como “a contratação e fixação de profissionais de saúde no SNS, nomeadamente pela valorização de carreiras e remunerações, a implementação da dedicação exclusiva, a atribuição de médico e enfermeiro de família a todos os utentes, a recuperação das listas de espera”.
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