CDS e PSD aproveitaram a última Assembleia Municipal (AM) para criticar o PS de Aveiro que afirmou-se contra o uso exclusivo pelo Beira-Mar do futuro complexo de treinos de futebol a construir pela Câmara junto ao Estádio Municipal de Aveiro (EMA).
“Ridícula” foi como Jorge Greno, líder da bancada popular, classificou a proposta de ‘abrir’ os campos a outras coletividades. O deputado do CDS, que preside à Assembleia Geral do Beira-Mar, acusou ainda os socialistas da “mais completa ignorância” confrontando-os com os investimentos municipais “recentes” em associações desportivas, nomeadamente na instalação de sintéticos.
“Não entendemos a aversão do PS ao Beira-Mar, também votou contra o protocolo aprovado pela Câmara”, referiu, por sua vez, Manuel Prior, do PSD. “A Câmara mais não faz do que cumprir a sua parte do acordo, não queremos crer que o PS não queira campos para o Beira-Mar”, acrescentou o porta voz dos sociais democratas.
Rui Alvarenga, do PAN, também abordou o projeto do complexo, colocado pela autarquia em concurso público pelo preço base de 3,2 milhões de euros, considerando que “carece de contextualização ao nível da política desportiva”. O deputado subscreveu os socialistas quanto à utilização por outros clubes.
Presidente lembra investimento em sintéticos de outros clubes
Na resposta, o presidente da Câmara lembrou que os incumprimentos municipais para com o Beira-Mar e o Taboeira (que cedeu o seu antigo campo onde foi construído o novo estádio municipal em troca de um complexo erguido com mais de década de atraso) “criaram problemas graves”. No caso do clube aurinegro, “foi quase à falência por obra dos seus ex dirigentes com alto patrocínio” da autarquia.
Ribau Esteves garantiu que o investimento nos campos junto ao EMA (um de onze sintético, dois meios sintéticos e um de nove com relva natural) “está ao nível, por número de atletas” dos sintéticos já instalados no Estrela Azul, Bonsucesso, Barroca e Taboeira. “Foi este executivo que fez, quando havia clubes a fechar por falta de atletas, e é este executivo que vai resolver o problema que a Câmara criou ao Beira-Mar”, referiu o edil.
O complexo dos campos do EMA será para entregar em “exclusivo” ao Beira-Mar e apenas “pontualmente” a outros clubes que necessitem.
Ribau Esteves não vê, de resto, que hajam outras coletividades interessadas, para não deixarem de ter proximidade às suas populações. O Eixense, por exemplo, vai receber ajuda para construir um meio campo sintético ao lado do relvado.
Quanto a outras modalidades, assegurou que existe “um enorme e intenso processo de investimento”, mas não só. Foi necessário ajudar a licenciar pavilhões desportivos (Cenap, Bonsucesso) e organizar a cedência dos recintos escolares “que não estavam ao serviço da comunidade a preço normal”. A requalificação do complexo do ex-INDESP é outra das prioridades.
Mas há mais: “Proximamente iremos lançar o concurso para elaborar o projeto do pavilhão municipal, que serão três dentro de um. Mais à frente, o projeto para nova piscina municipal. É uma política à séria”, garantiu Ribau Esteves.
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