PS teme concessão da gestão cultural em Aveiro

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Teatro Aveirense.

O PS mostrou “preocupação” com a crescente influência de privados na atividade cultural ao nível da “gestão e estratégia”, estranhando o apagamento do vereador do pelouro, Miguel Capão Filipe.

Como exemplo disso, foi apontado a recente apresentação do projeto ‘Cultura em Tempos de (In)certeza’, um reajustamento da programação do setor adaptada aos tempos de desconfinamento pandémico, em que o presidente da Câmara dividiu as intervenções com José Pina, que deixou de ser formalmente assessor cultural mantendo-se em funções agora ao abrigo de um contrato de prestação de serviços celebrado com a empresa de que é gerente.

“Um concessionário, de uma empresa que está a fazer a programação para além da estratégia, deixam-nos desconforto e preocupação, a não ser que tenha sido privatizado. Qual o papel destes agentes ?”, questionou o vereador Manuel Oliveira de Sousa.

O vereador falava no período antes da ordem do dia na última reunião do executivo deixando também uma nota crítica à falta de debate prévio das orientações traçadas e propostas que fazem parte do ‘cartaz’ cultural até setembro.

O eleito socialista deu nota positiva “aos apoios à cultura” criados para ajudar os agentes locais afetados pela paragem forçada de atividade. “Aí estamos de acordo, as pessoas precisam, é altamente positivo”, sublinhou.

Ribau Esteves, na resposta, começou por explicar que a área cultural da Câmara tem liderança “assente no presidente da Câmara e no vereador”, mostrando-se “muito satisfeito” com o desempenho de Miguel Capão Filipe. “Trabalhamos em equipa mesmo e com um conjunto alguns funcionários e também prestadores serviços”, vincou, adiantando que haverá necessidade de “contratar mais”, entre empresas e pessoas individuais, “portugueses e de outras nacionalidades”, nomeadamente no âmbito da candidatura a capital europeia da Cultura.

Sobre José Pina, disse que apesar da relação jurídica contratual ter sido alterada, na prática continua a ser o assessor cultural e diretor do Teatro Aveirense, “pertencendo a esta equipa que será apresentada em breve”, garantido que se trata de “uma área de prioridade absoluta”, mesmo com os obstáculos criados pela situação de saúde pública.

Discurso direto

“Aveiro estava no profundo deserto cultural, um Teatro Aveiro em falência com o público, museus sem atividades marcantes. Passámos a ter uma vida cultural intensa, agentes culturais que são nossos parceiros, produções próprias, demos passos brutais. Estamos bem, felizes, apenas ansiosos, não pode ser como programado para os próximos tempos” – Ribau Esteves (presidente da Câmara).

“Toda a produção cultural local deveria ser patrocinada em larga escala para as vivências e
promoções locais. A contratação externa seria apenas simbólica, uma participação e
promoção para adicionar ao esforço do país na recuperação do setor e áreas de atividade
inerentes” – Manuel Oliveira de Sousa (PS).

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