O presidente da Câmara de Aveiro reafirmou que há disponibilidade para colaborar com o Estado se for necessário acolhimento em massa de refugiados ucranianos, relembrando a possibilidade de ser requisitado, para tal, o aquartelamento da área militar de S. Jacinto. Por outro lado, garante que mantém uma ‘linha direta’ com a comunidade local, que será a terceira maior entre os estrangeiros, para acorrer a eventuais necessidades.
O que Ribau Esteves afasta, em definitivo, é a promoção direta de campanhas humanitárias, que se têm multiplicado com empenho autárquico, de movimentos associativos e cidadãos, incluindo em Aveiro, onde já houve freguesias e uma corporação de bombeiros que se empenharam na causa humanitária, nomeadamente assegurando transporte de bens de primeira necessidade.
Na reunião pública do executivo camarária, o vereador Manuel Oliveira de Sousa (PS), quis saber “o que a Câmara está a fazer”, por si ou ao nível da Comunidade Intermunicipal, em termos de “medidas concretas” que permitam ao município “dar uma resposta e ser solidário” com as vítimas “desta desgraça que nos assalta a todos”, recomendando que a edilidade tome “a dianteira”.
Um apelo que continua a não merecer adesão do líder da edilidade, sem por de parte ajudar no que for necessário.
“Estamos ao dispor do Governo, temos estado em contacto permanente com o Secretário de Estado e os líderes da comunidade ucraniana em Aveiro, que serão cerca de 500 pessoas. Temos capacidade para acolher, desde logo as famílias locais. E existe uma infraestrutura, em S. Jacinto, que pode acolher com qualidade 1500 pessoas em situação de emergência. Estamos ao dispor, mas não fazemos política, muito menos politiquice. Até vereadores que vão de autocarro buscar ucranianos, coisas ilegais, situações chocantes. É preciso ajudar a Ucrânia a lutar contra a Rússia no âmbito de uma guerra. A parte humanitária é muito importante, é urgente que as Nações Unidas ativem a sua agência especializada e coordenarem as muitas boas vontades”, defendeu o edil.
“Da Câmara, a conclusão é que não temos um serviço que ajude aos pedidos, às pessoas que vivem cá. Não temos nos serviços municipais nenhuma estrutura de apoio. A não ser o que Governo faça. É a ilação que tiramos”, lamentou Manuel Oliveira de Sousa.
Ribau Esteves acusou o eleito socialista de assumir “uma posição que procura a demagogia, a mentira e denegrir a imagem da Câmara”, garantindo que o município “não é uma entidade capaz de legalmente participar num processo desta natureza, é Estado português” (ver excerto do debate na reunião de Câmara).
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