O Partido Socialista aproveitou o período de consulta prévia no âmbito da elaboração das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2020 da Câmara Municipal de Ílhavo para apresentar propostas que considera serem estruturantes para que a autarquia coloque enfoque nas suas funções sociais e na sua capacidade de intervenção para a melhoria da coesão social e económica do concelho, colocando os seus instrumentos orçamentais ao serviço dos munícipes.
No documento enviado ao Presidente da Câmara, Sérgio Lopes, Presidente do PS/Ílhavo, defendeu o início do estudo prévio, amplamente participado, de requalificação do centro urbano da Gafanha da Nazaré.
À imagem do que vem defendendo, o PS considera que o centro urbano da Gafanha da Nazaré merece a prioridade que não tem tido da parte da Câmara Municipal. A reorganização urbanística da cidade, a compatibilização dos diversos meios de transporte com melhor segurança rodoviária, a melhoria das condições para as atividades económicas ali instaladas, dependem de uma ação autárquica devidamente planeada no tempo, em diálogo com a população.
A metodologia de definição dos projetos que o Executivo Municipal queira levar a cabo, ao contrário do que até aqui tem sido a forma de operar da maioria PSD, deve suportar-se no amplo debate público de projetos estruturantes da Autarquia, como este se apresenta.
A este propósito, no quadro das prioridades anunciadas publicamente pela maioria PSD, o PS releva também a requalificação da zona envolvente ao Jardim Henriqueta Maia como uma oportunidade perdidade para inaugurar uma forma de governar verdadeiramente aberta e participativa, pela forma deficientemente participada como o projeto foi definido.
Se para a definição das prioridades do Município devem concorrer os valores da proximidade e diálogo, da justiça e da transparência, também é certo que deve procurar-se dar resposta aos problemas e desafios mais prementes que o concelho de Ílhavo enfrenta, o que nem sempre acontece, como é o caso do centro urbano da Gafanha da Nazaré, sendo diversos os exemplos de ações e investimentos levados a cabo de modo casuístico que ocupam tempo e dinheiro sem que daí advenham ganhos estruturais para o território e para a melhoria da qualidade de vida das populações.
A verdade é que, no entendimento do PS, a Ria de Aveiro, mais significativo património natural do concelho, persiste esquecida das prioridades da Câmara, desaproveitado todo o seu potencial turístico, cultural e económico; os instrumentos de ordenamento do território não têm sido concretizados, designadamente no que diz respeito aos inúmeros planos de pormenor por definir, esvaziando o Plano Diretor Municipal de eficácia como peça definidora da estratégia de valorização do território; a cobertura da rede de saneamento em todo o concelho progride em ritmo lento; as infraestruturas desportivas já há muito que não são suficientes face às necessidades da comunidade; o sistema de mobilidade é obsoleto face às necessidades quotidianas das populações, designadamente no que diz respeito aos circuitos de modos suaves que persistem bastantes descontínuos e em dessintonia com a rotina dos atuais e potenciais utilizadores.
São estas algumas das preocupações prementes para as quais o concelho continua sem encontrar respostas efetivas nas prioridades definidas pela maioria PSD. O PS entende que o ano de 2020 persistirá tempo perdido se não se constituir como um período de alteração do paradigma de funcionamento e de definição das prioridades do Município.