“Não atenderam aos nossos apelos para inverter o caminho da falta de investimento no nosso município e, pior que isso, o ano 2018 foi ainda substancialmente pior que o ano 2017”. Lamento deixado pelos eleitos do PS na Câmara de Ovar aquando da discussão e votação do relatório e contas de 2018 do executivo de maioria PSD.
Para os socialistas “há incompetência na gestão do município, especialmente no que respeita à falta de uma estratégia para o investimento e consequente desenvolvimento do concelho, não querendo acreditar que seja premeditado o constante adiamento no investimento para que ele possa ter resultados práticos próximo do novo período eleitoral.”
Vitor Amaral, que foi candidato à presidência do município nas últimas eleições, divulgou a declaração de voto contra do PS. Segundo a oposição ‘rosa’, o orçamento inicial de quase 8 milhões de euros foi revisto em baixa para 5,7 milhões de euros, obtendo-se uma receita final de apenas cerca de 790 mil euros, que corresponde a uma taxa de execução de 13,86 %, que é menos 73,21% do que no ano anterior e um valor relativo de 2,53%.
Pode alegar-se que a preparação das candidaturas foi mais demorada que o esperado, que houve fatores externos, que são alegados no relatório mas que não sabemos quais são, que contribuíram para esse atraso, mas o certo é que
Para o PS, o município foi prejudicado não apenas com “o alegado atraso” da preparação de candidaturas “mas sobretudo com a falta de estratégia para o investimento.” E a “prova” é o facto da Câmara ter aumentado as receitas correntes em relação a 2017 cerca de 1,4 milhões de euros e de não ter havido o correspondente investimento.
Discurso direto
“Uma boa gestão não é aquela que apresenta exclusivamente um saldo de gerência positivo (5,9 milhões de euros) e maior que no ano anterior, como é o caso; ou aquela que apresenta uma diminuição do valor da despesa, como também é o caso, que foi inferior a 2017 mais de 2,5 milhões de eiros. Bem pelo contrário, estes números revelam uma gestão que não tem como visão a aplicação de medidas impulsionadoras do desenvolvimento económico, que passam, como é óbvio, pelo investimento.”
“É o próprio relatório que reconhece um decréscimo das despesas de capital, leia-se investimento, de quase 50%, face a 2017. Dos últimos 6 anos este foi o pior ano no que diz respeito às despesas de capital.”
“As despesas correntes só aumentaram por via da aquisição de bens e Serviços, com maior incidência na recolha de resíduos sólidos e iluminação pública, vindo a talhe de foice dizer-se que até neste capítulo o executivo em permanência não apostou suficientemente na eficiência energética.”
“Nas grandes opções do plano a execução fica-se pelos 75% (…) Em relação a 2017 foram menos 4,3 milhões de euros de investimento.”
“A maioria do executivo ganhou o jeito, que adotou quase como bandeira, de enumerar obra, de falar nela, de a anunciar e reanunciar e de adiar sucessivamente a sua execução.”
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