Os vereadores do PS reafirmaram, em reunião de Câmara, a sua “discordância quanto às soluções contidas na proposta da maioria PSD para a requalificação do espaço urbano central da cidade de Ílhavo, no Jardim Henriqueta Maia e sua envolvente”.
A tomada de posição no âmbito da abertura de concurso público da empreitada, lamentando que “nada mudou na solução final face ao estudo preliminar e ao anteprojeto”.
Eduardo Conde, Sérgio Lopes e Sara Pinho referem em comunicado que “concordam que o centro da Ílhavo precisa de intervenção de requalificação”, por entenderem que “aquele espaço, como está, não serve” para as “vivências sociais e não potencia o comércio local”, assim como “não condiciona a circulação automóvel em excesso, nem promove a circulação pedonal e ciclável”.
No entanto, esperavam uma prposta que fosse ao encontro dos “tempos modernos”, em que “o investimento público no centro de uma cidade deve promover o justo equilíbrio entre a função de distribuição de trânsito das suas vias e o conforto da circulação pedonal e ciclável, diminuindo ao mínimo a circulação automóvel e operando um correto dimensionamento dos espaços de recreio e lazer e demais equipamentos de utilização pública.”
O PS defende, ainda, “que devem ser eliminados, tendencialmente, os circuitos viários que sejam apenas de passagem entre os dois concelhos vizinhos e tornar prioritárias as circulações pedonais e cicláveis. Com efeito, devem robustecer-se os espaços e corredores verdes; deve preconizar-se a despoluição ambiental; deve promover-se uma centralidade que concentre dinâmicas sociais e comerciais.”
Os socialistas criticam o investimento de mais de 4 milhões de euros “com um conjunto de intervenções sem que daí resulte qualquer alteração profunda, limitando o esforço financeiro ao embelezamento estético, sem qualquer reformulação das hierarquias dos espaços.”
Para o PS, “a intervenção deveria assumir o espaço entre a Casa da Cultura e o Pavilhão Municipal como área preferencialmente pedonal em que os possíveis atravessamentos viários com sentido norte/sul, sendo possíveis, deveriam ser de caráter local e residual com condicionamentos impostos na circulação.”
O projeto da maioria PSD é, assim, visto “como pouco ambicioso”, porque “não transforma a cidade, potenciando o que já existe de positivo. Ao invés, resigna-se à realidade, mantendo o que há de negativo.”
No comunicado, lembram ainda que “o projeto foi delineado nas costas dos ilhavenses, sem qualquer debate público sobre um assunto estruturante para o concelho.”
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