PS / Aveiro: Raul Martins denuncia erros de estratégia na governação e alerta para “poderes ‘ocultos’

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Raul Martins.
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Raul Martins, antigo líder e um dos históricos da concelhia do PS de Aveiro, aponta as discordâncias com a a estratégia nacional do PS no plano político e governativo que o levaram a pedir a desfiliação.

A “estratégia económica e social do partido” imprimida no Governo é a primeira que enumera. “Para garantir, no curto prazo, alguns resultados políticos eleitorais, estamos a esbanjar a oportunidade de construir um futuro melhor para os nossos filhos (…) Basta um espirro da economia mundial ou uma pequena alteração na política do BCE. E não é obviamente a estratégia económica que o PS está a percorrer que faz aclarar as nuvens negras que se vislumbram no horizonte”, lamenta.

O antigo presidente do Porto de Aveiro está também em desacordo com a “estratégia política do partido” não aceitando, especialmente, o envolvimento do Bloco de Esquerda diretamente na governação. “E como antevejo, que, se for necessário para a sua manutenção no poder, como penso ir acontecer, o PS vai aceitar partilhar o Governo do País com um partido que repudia a União Europeia, a NATO bem como os princípios políticos que sempre defendi, e como esse facto iria fazer evoluir desfavoravelmente o enjoo que já actualmente sinto, acho melhor, por respeito à alimentação que ingiro, não pertencer ao partido quando isso acontecer”, explica.

Raul Martins denuncia ainda casos de “promiscuidade política”, que relaciona, nomeadamente, com nomeações para cargos governativos.

A terminar, esclarece que não sai em divergência com a concelhia liderada pela vereador Manuel Oliveira de Sousa. “Fui seu apoiante, recebi-o no partido quando era presidente da concelhia, e saio do partido a apoiá-lo. Não por sempre ter concordado com as posições que a concelhia tomou”, refere apontando o caso do estacionamento em cave do Rossio.

“Aproveitei para lhe aconselhar alguma precaução pois os poderes ‘ocultos’ que governam (ou julgam governar) o partido em Aveiro não deixarão de lhe dar o bote quando acharem que poderá embaraçar a evolução das suas ‘vidinhas’ ou uma eventual mudança nos destinos políticos locais (cuja dificuldade é óbvia e exige todo o esforço e dedicação para que muitos não estão disponíveis) o tornarem descartável”, conclui o professor e gestor que deverá manter-se como deputado municipal independente.

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