A denominada requalificação da área correspondente aos antigos estaleiros de S. Jacinto, através da criação de um projeto habitacional e turístico, numa área de aproximadamente 4 ha terá impactes negativos significativos num território considerado sensível, inserido em plena Zona de Proteção Especial da Ria de Aveiro e adjacente à Reserva Natural das Dunas de São Jacinto.
Num análise preliminar à informação disponível no website da empresa promotora (http://metalurgica123.com) constata-se que se trata de um projeto com uma volumetria que não se coaduna com as características geomorfológicas, ecológicas e urbanísticas da zona.
Ainda no website é possível ler que o projeto será «devidamente enquadrado na maravilhosa paisagem de São Jacinto». De facto, trata-se de uma paisagem maravilhosa, mas a volumetria em causa, a manter-se como se encontra publicitada no website, é de todo incompatível e impossível de enquadrar na paisagem lagunar.
Para além dos impactes paisagísticos que são óbvios, ocorrerá uma intensificação da pressão rodoviária sobre esta área sensível e uma massificação sobretudo durante o período de verão, que é necessário avaliar devidamente.
São Jacinto, detentor de um extraordinário capital natural que importa preservar e valorizar, pode e deve afirmar-se com um conjunto de projetos de valorização turística deste território alavancados num turismo ecológico e sustentável. O projeto em causa não é ecológico nem sustentável para este território.
O Núcleo Regional de Aveiro da Quercus exige assim a realização de um estudo de impacte ambiental do projeto em causa, facto para o qual irá de imediato sensibilizar todas as entidades competentes na matéria em causa.
Direção do Núcleo Regional de Aveiro da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza