Propagandisticamente falando em Aradas

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Edifício-sede da Junta de Freguesia de Aradas, Aveiro.

Agora que os ginásios vão ficar encerrados, finalmente os opositores do regime vão fazer um mero “exercício” de propaganda, dar início à série de agachamentos para elevar os glúteos ao pescoço como forma de evitar o rebaixamento da política local.

Por Francisco Labrincha *

A tal política baixa que falam em relação às práticas da oposição é o espelho daquilo que protagonizam, já caiu em esquecimento o tratamento dos fregueses em plena Assembleia por “familiares membros”? “por militantes de partidos”? esqueceram que as pessoas têm nome?

“O amor de Deus não é genérico. Deus olha com amor a cada homem e mulher, chamando-os pelo seu nome,” Papa Francisco.

Usar sapatos de salto de agulha não é condição sine qua non para a elevação da política pois a grandeza mede-se pelos seus atos e convém recordá-los, os gritos, as ameaças, o tom altivo e desrespeitador, os títulos académicos discriminatórios, o desrespeito pela Assembleia, enfim uma parafernália de “boas regras e bons costumes.”

Propaganda é um “conjunto de atos que têm por fim propagar uma ideia, opinião ou doutrina, “ na realidade quando se edita uma notícia num jornal deve dar-se ênfase à notícia em si e não à fotografia sobredimensionada do protagonista, o tamanho engrandece o rosto mas reduz a essência escrita.

Quando se faz propaganda deve ter-se em linha de conta a tal autocritica de reflexão introspetiva, olhai para mim, não para o que escrevo nem para o que digo e faço, simplesmente olhai, fogachos de um mandato, vaidades de um político…

Mas isto é propaganda dirão alguns, pura ilusão de ótica, é simplesmente uma maneira do cidadão conhecer a pessoa desconhecida, tal como a estátua do soldado a transferência seria um bom exercício metafórico para elevar a política local.

Quando nunca se entrou numa estação de rádio, quando nunca se deu entrevistas, quando nunca se enviou mensagens de Ano Novo com a Igreja em pano de fundo, quando nunca se distribuiu guarda-chuvas em tempo solarengo e frio, quando nunca se espalharam cartazes no cemitério e nas associações, quando se apoia o comércio local tirando fotos nas grandes superfícies e fechando estradas em vésperas de Natal, quando se distribuem lembranças com o logótipo da freguesia, quando se gastam milhares em publicidade.

Sobretudo quando se tenta ser familiar do “Diácono Remédios” querendo substituir-se à Igreja, publicitando na página oficial da Junta celebração de Eucaristias, ordenamentos de sacerdotes e usando símbolos religiosos para proveitos políticos, isso na verdade não é propaganda é “impulse” na falta de ética e discriminação em relação às outras religiões e credos.

“Não basta ir à missa para mostrar que são católicos ou para mostrar o último modelo que compraram” e “para dar uma boa imagem social,” Papa Francisco.

Entrando um pouco nesta questão da moralidade religiosa tema tão querido do seu líder político local, o Estado nesta terra não é laico, tem uma interpretação da Lei da Liberdade Religiosa e da Lei das Autarquias Locais muito sui generis.

Em casa de ferreiro espeto de pau.

Eles vão dizer que respeitam as minorias religiosas, respeitam todos só que não praticam os atos em consonância com aquilo que dizem, eles não fazem propaganda só contrapropaganda pandémica.

Salvaguardando as devidas distâncias, enquanto na América vivemos uma grande “trumpalhada “em Aradas continua-se a preconizar o tal exercício de retórica, de uma presidência imaculada que por analogia virou uma grande “barretada”, as contas, o orçamento e atas expressam a realidade que nem a sua propaganda conseguiu ofuscar.

“Apenas os que dialogam podem construir pontes e vínculos.” Papa Francisco

* Oficial da Marinha Mercante.

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