Projeto da Câmara de Ílhavo para o centro de Ílhavo desperdiça dinheiro e agrava desertificação

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Jardim Henriqueta Maia, cidade de Ílhavo.

A Concelhia de Ílhavo do Partido Socialista promoveu um debate público sobre o futuro do centro da cidade de Ílhavo no dia 13 de março no auditório da Junta de Freguesia de São Salvador.

Com moderação a cargo de Mário Ferreira de Almeida, contou com a participação, como dinamizadores do debate, de Fernando Nogueira, Urbanista (Professor da Universidade de Aveiro), Paulo Morgado, Engenheiro Geólogo (Vice-Presidente da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro – ADERAV), e Senos da Fonseca, ilhavense reconhecido pelo seu trabalho de historiografia das raízes culturais e sociais do concelho.

A sessão, bastante participada por munícipes e comerciantes, abordou as raízes históricas e a evolução do centro urbano como base para prognosticar aquilo que deve ser o futuro do centro da cidade, tendo em vista a descontinuidade dos erros cometidos ao longo dos últimos vinte anos que descaracterizaram a cidade.

Entre os intervenientes, resultou consensual que o centro da cidade, como está, não serve, está moribundo de vivências sociais, mas que as alterações que a Câmara prevê realizar representam um desperdício de recursos que não resolverá problema algum. Antes pelo contrário, agravará a desertificação do centro da cidade de Ílhavo.

No seguimento daquele debate, o PS entende que a intervenção no centro da cidade deve obedecer a estratégias que promovam o justo equilíbrio entre a distribuição de trânsito e a circulação pedonal e ciclável, diminuindo o mais possível a circulação automóvel; a predominância de espaços verdes e a despoluição ambiental; a dinamização do comércio local e das realizações sociais e culturais. No entendimento do PS, secundado aliás por todos os intervenientes naquele debate, as soluções propostas pelo PSD contrariam estes pressupostos, persistindo nos erros que desertificaram o centro da cidade e, provavelmente, agravando os excessos já existentes ao nível da circulação automóvel.

O PS tem defendido que as alterações à organização espacial do centro da cidade devem ser amplamente debatidas pela população e suas forças vivas, sob pena de, de outro modo, se manter o deserto de vivências sociais que tem caracterizado a cidade. Sérgio Lopes, Presidente do PS/Ílhavo, assegura que os contributos recolhidos no debate terão eco no trabalho autárquico de crítica construtiva, de apresentação de alternativas, que o PS pretende fazer até ao último dia em que seja possível impedir a concretização do projeto do PSD, tal qual está.

Numa altura em que persistem demasiadas dúvidas e muitas reservas sobre o que pretende a Câmara Municipal para o centro da cidade, Sérgio Lopes afirma ainda que o Partido forçará explicações por parte do PSD quanto a que objetivos pretende alcançar com o projeto, de modo a que o Presidente da Câmara possa ser confrontado com as crescentes reservas manifestadas pela população quanto às intenções da autarquia.

Partido Socialista de Ílhavo

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