Projeto ‘Bee a guardian’: A importância das abelhas nos ecossistemas

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Foto dos Escoteiros de Aveiro.

Através da polinização, as abelhas são vitais para o crescimento de vários habitats, como a floresta mediterrânica em Portugal.

Por Ricardo Ferreira *

O Grupo de Escoteiros de Aveiro está a desenvolver um projeto de promoção da biodiversidade, centrado na plantação de arbustos, criação de hotéis para insetos e de um viveiro para arbustos e plantas melíferas.

O projeto teve início em novembro, pelo dia de floresta autóctone, em que foram plantados uma centena de arbustos de alecrim no Parque Ambiental do Forno Romano de Eixo e onde foi instalado e inaugurado um hotel para insetos.

Este sábado os Escoteiros espalharam pelo parque sementes de plantas melíferas, as quais contam ver germinadas até ao verão.

Plantaram ainda mais cerca de cinquenta arbustos que entretanto as famílias fizeram germinar nas suas casas.

A importância das abelhas nos ecossistemas tem a ver maioritariamente com o seu papel polinizador. Algumas plantas precisam de polinização cruzada, através das abelhas, para se reproduzirem.

Estima-se que, a nível mundial, cerca de 30% das culturas agrícolas e 90% de todas as plantas necessitam de polinização cruzada para prosperarem.

Um dos mais importantes polinizadores são as abelhas, responsáveis por cerca de 80% de toda a polinização feita por insetos. Na sua procura por néctar, as abelhas voam de flor em flor deixando para trás grãos de pólen, garantindo assim a polinização cruzada. Uma abelha visita até 7 mil flores por dia!

Através da polinização, as abelhas são vitais para o crescimento de vários habitats, como a floresta mediterrânica em Portugal.

Até os nossos próprios campos, quintais e jardins são casa para centenas de criaturas, desde aves, a pequenos mamíferos e uns tantos insetos. Se insetos polinizadores como as abelhas desaparecessem, os animais que dependem destas plantas para sobreviver, deixavam de existir também, assim como nós próprios.

A polinização é também de enorme importância para a vida selvagem já que as abelhas são responsáveis pela germinação de várias sementes, frutos secos, bagas e frutos que servem de fonte de alimentação para animais selvagens.

Assim, é fácil entender de que modo as abelhas têm um papel crucial na biodiversidade dos ecossistemas. Elas contribuem para o crescimento de árvores, flores e outras plantas, que são fontes de alimentação e formas de abrigo a outros seres vivos, ao longo das cadeias alimentares.

As abelhas são vitais para a preservação do balanço ecológico e da biodiversidade. Através da polinização, protegem e mantêm os ecossistemas e contribuem para a diversidade genética e biótica. Sem elas, os nossos jardins não seriam tão floridos e a quantidade de alimentos disponíveis era menor.

Porque necessitam as abelhas de ajuda e como ajudar?

Os números de insetos, incluindo insetos polinizadores como as abelhas, estão a diminuir drasticamente a nível global e este declínio pode ter drásticas consequências.

A perda de habitat devido à agricultura intensiva é o principal agente causador deste declínio. À medida que as cidades crescem, que se constroem novas estradas e a agricultura se torna mais intensiva, a quantidade de flores, sebes e jardins disponíveis para as abelhas encontrarem pólen vai reduzindo. A redução de alimento para as abelhas é um fator muito importante no declínio das suas populações a nível global.

Para contrariar este declínio e alertar a comunidade para esta problemática, os Escoteiros de Aveiro desenvolveram o projeto Bee a Guardian. Os Escoteiros vão contribuir com a plantação de uma variedade de arbustos e plantas melíferas, que florescem durante quase todo o ano. Construíram “Hotéis para insetos” que são pequenas construções que atraem insetos polinizadores como borboletas, joaninhas e abelhas solitárias. Criar um viveiro para arbustos e plantas melíferas, que possa servir para o posterior provimento do Parque Ambiental do Forno Romano de Eixo.

A iniciativa, mais que simbólica, visa também sensibilizar a sociedade para o problema, promovendo práticas mais ecológicas e amigas dos insetos.

Este projeto que está a ser desenvolvido pelos Escoteiros de Aveiro com o apoio da Junta de Freguesia de Eixo, Eirol, proprietária do Parque Ambiental do Forno Romano de Eixo e beneficia ainda do suporte científico e didático do Ciência Viva e do patrocínio da multinacional dssmith.

Sempre pronto,

* Grupo de Escoteiros 249 de Aveiro.

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