Oito pessoas (incluindo uma mulher), quatro das quais em prisão preventiva, começaram a ser julgados no Tribunal de Aveiro por dois roubos violentos ocorridos em Ílhavo e tráfico de droga.
Dois arguidos, que prestaram declarações no início do julgamento, declaram-se inocentes dos roubos que lhe são imputados.
Os acusados, com idades entre 21 e 53 anos, terão agido num quadro de ajuste de contas em negócios de droga. Estão em causa assaltos à mão armada, ocorridos em abril e maio de 2018, a residências na Gafanha da Nazaré, Ílhavo.
No primeiro roubo, cinco pessoas, entre as quais duas mulheres (o único identificado é um dos arguido), irromperam numa casa, pelas três da manhã, onde estavam duas mulheres.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), forçaram a entrada, de rostos tapados, e, empunhando uma espingarda caçadeira e uma faca, agrediram a murros e empurrões as ofendidas, a quem exigiram dinheiro. Acabaram por levar ouro, mil euros, um relógio em ouro, um computador e outros artigos.
A 31 maio, pela meia noite, oito indivíduos, entre os quais estariam cinco arguidos, levaram a cabo outro roubo, na Gafanha da Nazaré, de que foi vítima uma mulher conhecida do grupo, após um telefonema. Apesar de envergarem meias de vidro a tapar rosto, os autores seriam identificados.
A ofendida, que estava acompanhada de uma amiga, foi alvo de agressões, a murro e pontapés, bem como de ameaças com pistola e navalha para entregar dinheiro. Os autores roubaram duas televisões, 180 euros, um fio em ouro e outros artigos.
Dois arguidos negam envolvimento em roubos
O primeiro acusado que aceitou falar no início do julgamento afastou o envolvimento no roubo de 31 de maio. O arguido atualmente em prisão preventiva confirmou ter contactado telefonicamente a vítima, para comprar droga, como seria habitual. Ao apresentar-se à porta da alegada traficante de cocaína e heroína, disse que foi surpreendido pela presença de outros homens. “Não sabia quem vinha atrás. Eu não cheguei a entrar. Deram-me um empurrão e vim embora, diziam que era polícia, seis ou sete pessoas. Não vi armas”, declarou.
Um outro arguido negou, também, a participação nos roubos, limitando-se a confirmar que conhece outros acusados.
Sobre a acusação de tráfico de droga, alegou que o produto (cocaína e heroína) que lhe foi apreendido, em janeiro de 2018, no concelho de Albergaria-A-Velha, tinha sido adquirido a um fornecedor para consumo próprio e de “um amigo” que lhe pedira. “Não era para vender, íamos consumir”, referiu.
Em Dezembro, em Águeda, tinha sido identificado a entregar droga à mesmo pessoa. “Deu-me 50 euros e consumimos juntos”, explicou.
Em relação à acusação de posse ilegal de arma, uma ‘caçadeira’, confirmou.
Roubos, posse de armas e tráfico de droga
Um dos arguidos está acusado de três crimes de roubo agravado, um de detenção de arma proibida e outro de furto qualificado. Outros quatro arguidos estão acusados de um crime de roubo agravado e um deles também responde por um crime de tráfico de droga e outro de detenção arma proibida. O processo tem ainda mais três arguidos (dois homens e uma mulher) que estão acusados dos crimes de tráfico de droga e detenção de arma proibida. Durante as buscas nos distritos de Aveiro e Coimbra foram apreendidas armas, droga e dinheiro.