O Dia Internacional do Idoso, comemorado no dia 1 de outubro de cada ano, constitui uma boa ocasião para reforçar mensagens relativas a problemas de saúde dos mais velhos.
Por Armando de Medeiros *
Neste texto, vou-me debruçar sobre dois temas importantes, um mais relacionado com aspetos preventivos e o outro referente a uma doença comum neste grupo etário. Refiro-me ao risco de quedas e à doença de Alzheimer.
Risco de quedas – as limitações que se vão instalando com o avançar da idade, e a deficiente organização das nossas casas e dos espaços públicos, estão longe de serem ideais para a movimentação dos idosos com a devida segurança. Para diminuir a possibilidade de ocorrer um acidente que leve a uma queda, temos que ser proactivos na sua prevenção. Neste contexto, apresento algumas dicas relativas à prevenção de quedas: retire os tapetes de todas as divisões da casa; coloque um tapete antiderrapante na banheira e/ou no duche; não suba escadotes; na cozinha, coloque os utensílios e produtos alimentares que utiliza no dia a dia em locais de fácil acesso e arrume os utensílios mais pesados em locais mais baixos; não desça escadas com as duas mãos ocupadas, procure sempre apoiar-se num corrimão.
Doença de Alzheimer – A doença de Alzheimer é a causa mais frequente de demência nos idoso e caracteriza-se por um conjunto de distúrbios que afetam a memória, a capacidade intelectual, o raciocínio, as reações emocionais e a relação social. Estas perturbações vão-se agravando ao longo do tempo, levando a um comprometimento das atividades de vida diária e de relação e, por fim, à perda de autonomia. Infelizmente, a medicação que se utiliza para o tratamento da doença de
Alzheimer ainda não á muito eficaz, mas esperam-se avanços significativos nesse tratamento, ao longo dos próximos anos.
Depois de ser diagnosticada uma demência, devem ser implementadas medidas não farmacológicas que complementem a terapêutica medicamentosa. Apresento, em seguida, algumas dicas dirigidas aos cuidadores de pessoas com demência: evitar o isolamento social; manter o contacto visual com o doente; manter o doente bem alimentado e hidratado; providenciar rotinas diárias e não esquecer a realização de exercício físico; acordar com o médico assistente uma revisão regular da terapêutica, tendo em atenção não só a eficácia dos medicamentos, mas, sobretudo, os seus possíveis efeitos secundários.
Estes e muitos outros temas da saúde do idoso estão tratados em mais pormenor no livro “Saber Envelhecer – Uma viagem pela saúde dos seniores”, que acabei de escrever e que podem encontrar nas bancas na segunda quinzena de outubro.
* Médico (aposentado) de Clínica Geral, autor do livro “Saber Envelhecer – Uma viagem pela saúde dos seniores” (LIDEL). Artigo publicado originalmente em healtnews.pt.
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