Presidente da AIDA defende “plano europeu solidário” para ajudar a sair da crise pandémica

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Ecoparque, Estarreja.

O presidente da Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA) esperava, nesta altura, medidas mais concretas do Governo português para ajudar o tecido empresarial a enfrentar as consequências da pandemia do Covid-19, mas admite que a palavra a dar pela União Europeia (UE), nomeadamente quanto ao plano de recuperação financeiro, é determinante.

Independentemente dos contornos a adoptar em concreto pelo modelo de financiamento extraordinário, de subvenções e/ou empréstimos, Fernando Castro defende que “tem de haver um plano europeu solidário, com dívida lançada a longo prazo e taxas bastante baixas para os Estados membros aguentarem” os encargos. “Não há outra solução, isto enquanto não for resolvido vamos andar por cá aos encontrões”, assumiu o dirigente associativo em declarações ao programa da Comunidade Portuária de Aveiro (CPA) emitido pela Rádio Voz da Ria.

Com os Estados ainda muito empenhados no problema de saúde pública, as empresas vão, na medida do possível, retomar a atividade “ainda sem ter uma perceção muito concreta da dimensão que os apoios irão atingir, uma vez que as medidas têm vindo a ser corrigidas e ampliadas, também à medida da cobertura maior de Bruxelas para as decisões a tomar cá dentro”, referiu Fernando Castro.

Os “dias de grande incerteza” conheceram em março quebras na indústria para metade do que era habitual e abril “está a muito pior, reduzido a 80 e 90 %, tirando um ou outro setor” numa altura em que “é necessário tratar das pessoas, mas também pensar no dia amanhã, nas empresas que vão dar vida às pessoas e alimentar o Estado”, alertou o presidente da AIDA.

O que não agrada aos industriais da região é que o Governo esteja a “endossar para o setor privado” medidas como “facilitar empréstimos e adiar pagamentos, o que é curto”. O Estado devia, no entendimento de Fernando Castro, “ter posto as contas em dia, pagando aos fornecedores e o mais possível as comparticipações europeias, isso é que seria uma grande injeção”, mas optou por fazer “um compasso de espera e mesmo as linhas de crédito são morosas, burocráticas e com exigências pessoais” feitas pela banca para emprestar dinheiro.

O presidente da AIDA dá como certa a perspetiva de aumento do desemprego também na região, mas acredita que Aveiro, pela sua “atividade economómica bastante diversificada, desde o setor primário até à indústria transformadora” permite “dar esperança que existe mais espaço para trabalhar e poderá haver mais capacidade resposta”.

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