Um orçamento “de contas certas, realista e sério, no qual não existem receitas sem probabilidade de concretização, nem existem despesas que não estejam devidamente contempladas”. É assim que o presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, apresenta as Grandes Opções do Plano (GOP) para 2019 aprovadas com os votos contra do PS.
O documento aprovado pelo executivo assume a “continuidade e proximidade, resultantes de um trabalho iniciado em 2013”, que permite “a implementação no terreno de políticas e medidas delineadas em programas eleitorais, planos de ação e estratégias plurianuais.”
O orçamento atinge 35,8 milhões de euros. As despesas correntes apresentam “uma contenção, com valores estimados abaixo dos 22,8 milhões de euros e as despesas de capital aumentam pelo franco investimento para 2019”, essencialmente em projetos incluídos no PEDU (regeneração urbana), estimando-se valores acima dos 13,1 milhões de euros.
A Câmara de maioria PSD antecipa um ano de “obras estruturantes” na cidade, como a intervenção no edifício do antigo Cine Teatro de Ovar, toda a zona da estação de Caminho-de-Ferro, mas também a obra do Bairro do SAAL em Cortegaça e a Reabilitação do Conjunto Habitacional do Furadouro.
No Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, será o ano da construção de pistas pedonais e clicáveis, em Ovar.
Em defesa do Sistema Local de Saúde em Ovar
A política ambiental dá como prioritário o Ecocentro Municipal. Continuará a requalificação total do Esmoriztur, do Centro Cívico de Arada e do pavilhão de Válega.
Já a construção das redes de águas residuais (saneamento) colocará o concelho Ovar com uma taxa de cobertura muito próxima dos 100 por cento.
Nas acessibilidades, o estudo do prolongamento, para poente, do restabelecimento 25 – Av. do Europarque, em Maceda, com ligação à Zona Industrial de Ovar, deverá iniciar-se em 2019.
A autarquia irá também procurar assegurar junto do Governo a criação de um Sistema Local de Saúde em Ovar, que passe pela integração dos Cuidados Primários, Continuados e Hospitalares, esclarecendo-se, definitivamente, a vocação do Hospital de Ovar como de proximidade, na defesa da nossa costa, com os quebra-mares destacados no Furadouro e Cortegaça ou na reabilitação da linha de caminho-de-ferro do Norte (Gaia-Ovar) e das estações de Esmoriz e de Ovar.
Ovar mostra-se disponível para” avaliar transferência de competências nas áreas da saúde e educação” no âmbito do pacote descentralização.
[Ver comunicado da presidência da Câmara de Ovar sobre as GOP]
Falta investimento, critica o PS
Os vereadores do PS votaram contra por entenderem que a proposta da maioria não irá “promover o investimento” nem contempla “obras estruturantes e necessárias” e demonstra “a inexistência de um plano estratégico de desenvolvimento do concelho”.
Segundo o eleito socialista Vitor Amaral falta dar “prioridade” às associações e instituições para desenvolvimento de programas de animação e promoção cultural. A Câmara vai mesmo “desinvestir na educação, na cultura, no desporto, no turismo, na prevenção da floresta, nas novas tecnologias, nas energias renováveis”, faltando, em vários aspetos, aos compromissos eleitorais.
O PS regista “positivamente” a inclusão da obra do eixo urbano Visconde de Ovar – S. Miguel, a obra de reabilitação do Bairro do SAAL, bem como as obras na Avenida do Emigrante e a Ecopista Florestal. Assim como a “previsão da criação dos Transportes Urbanos Vareiros”.