“Após dois anos de trabalho voluntário em prol da conservação da vaca-loura e das suas espécies semelhantes em Portugal, precisamos da sua ajuda para dar o próximo passo”.
O apelo é lançado pela Associação Bioliving, que tem sede na antiga escola primária de Frossos, no concelho de Albergaria-a-Velha, e atividades em vários pontos do país.
“Vacaloura.pt – dar o próximo passo” é o mote para uma campanha de crowdfunding lançada para angariação de fundos em https://ppl.com.pt/prj/vacalourapt
Em dois anos, a associação formada por biólogos, entre outros profissionais, compilou informação que veio “duplicar a área de distribuição conhecida da espécie por terras lusitanas.”
A campanha em curso permitirá “melhorar as plataformas existentes e reforçar a componente educativa do projeto”, avançando, igualmente, com o cadastro da vaca-loura e estudos genéticos das populações nacionais. A Bioliving deseja ainda estudar as implicações das alterações globais a nível de clima e uso do solo na espécie.
A associação dinamiza o site vacaloura.pt que é um projeto 100% voluntário dirigido aos cidadãos interessados em tarefas de conservação e educação ambiental.
A parceria envolve ainda a Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, a Sociedade Portuguesa de Entomologia (SPEN) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Lucanus cervus, o maior escaravelho da Europa, comummente conhecido por vaca-loura, é uma espécie protegida a nível europeu.
Encontra-se em declínio em quase todo o seu território, estando até extinta em países como a Dinamarca, Luxemburgo e Letónia. Em Portugal ainda não existe informação suficiente para se saber o estado de conservação desta espécie. Esta espécie alimenta-se de madeira morta, em decomposição, de árvores de folha caduca como os carvalhos ou castanheiros, pode ser avistada nos meses de maior calor, principalmente junto a árvores de porte elevado e os machos, conhecidos pelas suas grandes mandíbulas, podem medir entre 5 e 8 centímetros.
Durante 2016, o primeiro ano do projeto, foram compilados 552 avistamentos de lucanídeos no território nacional, provenientes de 485 cidadãos. Destes registos, 470 foram apenas da vaca-loura e permitiram duplicar a área de distribuição conhecida desta espécie no território nacional.