Porque me candidato pelo Livre à Assembleia da República?

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Livre.
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Acima de tudo interessam-me políticas que digam respeito às pessoas; medidas concretas que valorizem e dignifiquem a vida das pessoas.

Por João Quintela *

(Nota editorial: No âmbito da cobertura da campanha eleitoral para as legislativas de 30 de janeiro, NotíciasdeAveiro.pt publica depoimentos dos cabeças-de-lista de forças partidárias sem deputados eleitos pelo distrito de Aveiro na presente legislatura. No caso do Livre, é reproduzido um artigo do número dois da lista).

Sou candidato à Assembleia da República pelo Livre no circulo eleitoral de Aveiro (sou o nº 2 da Lista) porque acredito no projeto do Livre de uma nova Esquerda Verde Europeia, que acredita nos valores do Universalismo – a universalidade dos direitos humanos, quer na sua dimensão civil, política, económica social, cultura e ambiental; da Liberdade, seja da autonomia pessoal seja da realização plena desse mesmo potencial humano e desenvolvimento coletivo; de Igualdade, seja perante a lei ou a igualdade de oportunidades, mas também a equidade na distribuição de recursos; na Solidariedade, a materialização de um sentimento de fraternidade na defesa de medidas concretas de melhoria de vida dos nosso concidadãos , em particular os que estão em situação de maior vulnerabilidade ou dependência; do Socialismo no sentido da recusa da mercantilização das pessoas, do trabalho e dos recursos naturais – um socialismo não estatismo ; da Ecologia pois todas as ideologias e ambição políticas devem encontrar os seus limites na realidade concreta, física da natureza pelo que pretendemos encontrar um modelo de produção e consumo respeitador desses limites, constituindo também uma extensão da ideia de fraternidade, incluindo assim a promoção da uma cultura de sustentabilidade e respeito pela natureza; e do Europeísmo, como experiência de expansão de soberania, criação de uma democracia transnacional, desenvolvimento do direito internacional e defesa dos direitos humanos.

Mas candidato-me especialmente como cidadão Livre e responsável, preocupado com a “coisa pública”, o bem-estar comum e o futuro que quero deixar à geração dos meus filhos e seguintes. Acredito que os homens são intrinsecamente seres sociais, que vivem e resolvem os seus problemas em sociedade, e não nesta voragem das “Liberdades individuais” por vezes demasiado radicais. A espécie humana funciona melhor quando trabalha em conjunto e em cooperação e não em competição, seja ela ideológica, identitária, económico-financeira ou política. E por isso defendo políticas publicas, com investimento publico e supervisão publica.

Defendo que qualquer serviço público, do mais simples ao mais complexo, existe com o propósito principal de fornecer o melhor possível um serviço e não o de ter lucro. Não é obviamente desejável que os serviços públicos sejam mal geridos e custem muito dinheiro que é de nós todos, mas a conversão do foco para as questões económicas e financeiras, é muitas vezes causa de grandes enganos e derrapagens ideológicas; os serviços públicos existem para fornecer o melhor possível o que quer que
forneçam. Ponto.

Deixo aqui uma mão cheia de temas que considero essenciais para o nosso futuro:

O Ambiente

As alterações ambientais em curso, a emergência climática e energética, a utilização abusiva dos recursos naturais, uma melhor gestão das florestas e a salvaguarda da biodiversidade, são elementos essenciais ao nosso futuro e bem-estar; temos de alterar de uma vez por todas, a maneira como olhamos para o planeta e os seus recursos. Este modelo de crescimento baseado na economia, produção e lucro está, não só esgotado, como acima de tudo, a esgotar o planeta. É por isso que acredito no Novo Pacto Verde – Green New Deal – que altere os paradigmas do modo de como nos movimentamos, consumimos, como produzimos e usamos a energia e deixando de parte a “mercantilização” dos recursos naturais. Temos de alterar o modo como gerimos as nossa florestas, rios, zonas rurais e a nossa costa e zona marítima. E Isso só se consegue com políticas públicas fortes em Portugal e na Europa. Além do mais esse Novo Pacto verde, será em si mesmo criador de emprego e riqueza.

Saúde

Os portugueses confiam no Serviço Nacional de Saude, como elemento central para os cuidados médicos, para a prevenção de doenças, e para a promoção de um modo de viver mais saudável, o que irá aumentar a qualidade de vida dos cidadãos e reduzir os custos com a Saúde.

Portugal enfrenta serias dificuldades devido ao envelhecimento da população, pelo que será necessária uma aposta forte em políticas de natalidade e de desenvolvimento baseado nas pessoas. Por isso defendo que a Saúde e os seus serviços devem ser universais, gratuitos e adequados às diversas populações do Pais. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) – pilar fundamental da igualdade e liberdade dos portugueses, deve ser, portanto, reforçado. Só com um SNS forte conseguiremos resolver os problemas de saúde dos Portugueses. Entendo que só se devem fazer acordos com o setor privado e social, apenas e somente quando o Estado não conseguir cumprir os seus serviços; ao permitir a competição; a política economicista em relação à Saúde, entramos numa guerra onde o Serviço público não deve estar.

Educação

A educação é o melhor meio de promoção do individuo e de preparação para o futuro. Os avanços conseguidos nos últimos 50 anos são inegáveis (partimos de uma base muito deficitária em 1974), mas acredito que podemos melhorar não só os números, mas acima de tudo o modo de ensinar e as competências a ensinar. Defendo um sistema de ensino focado no aluno e nos valores humanistas e não no exame e na nota. Um sistema, gratuito, que seja promotor da igualdade e justiça social, onde as escolas tenham real autonomia, e os professores – bem formados e preparados – ensinem de um modo crítico e não sejam meros executantes e burocratas.

Cultura

A cultura nas suas diferentes vertentes, é uma dimensão crucial na nossa vida individual e coletiva, como promotora do conhecimento e desenvolvimento, e da igualdade e justiça social. A vertente da cultura deve ser reforçada em todos os níveis da educação e mais apoiada em todas as suas formas; nos equipamentos culturais, nos técnicos e recursos humanos; por uma maior divulgação e preços mais acessíveis. Criar as condições para que surjam estruturas favoráveis ao surgimento dessas indústrias. Temos de proteger, valorizar e dignificar quem faz a cultura. Temos de ter muito mais atenção ao património.

As pessoas

Acima de tudo interessam-me políticas que digam respeito às pessoas; medidas concretas que valorizem e dignifiquem a vida das pessoas. Penso que seja necessário mudar uma certa maneira de ver o mundo em que as pessoas existem para fazer mexer a economia, para ajudar a produzir mais e melhor. Não penso assim; a economia e o emprego existem para e porque há pessoas e não o contrário. Há que abandonar a “mercantilização” das pessoas, do mesmo modo que o devemos fazer em relação ao meio ambiente e recurso naturais. Temos de dar capacidade às pessoas para que se consigam realizar nas suas diversas vertentes e permitindo uma conciliação trabalho-família no acesso ao descanso e tempo livre e às atividades lúdicas, culturais, desportivas e criativas. É por isso, e por muitas outras razões, que voto Livre, que acredito no Livre, e que me disponibilizo para dar parte de mim para o bem-estar comum.

Convido-os a verem o programa Eleitora do Livre em https://programa.partidolivre.pt/

* Assistente técnico. Este artigo é da minha inteira responsabilidade, pelo que a sua opinião só a mim obriga.

Nas eleições legislativas de 2019, o Livre obteve no distrito de Aveiro 2.409 votos (0,68%).

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