Uma operação da Polícia Marítima em 24 locais do distrito do Porto, de Braga e de Aveiro resultou, ontem, na detenção de 10 indivíduos, quatro deles estrangeiros, e apreensão de cerca de 400kg de meixão.
O valor aproximado de venda no mercado final poderia chegar a dois milhões de euros.
Nesta operação no combate ao tráfico e comércio ilegal de meixão, foram ainda desmanteladas duas unidades: uma para a confeção de redes e utensílios para a pesca ilegal; e outra de equipamentos e mecanismos para a preparação e transporte desta espécie para ser introduzida no circuito de tráfico por via aérea.
A Polícia Marítima adianta ainda que foram apreendidas “avultadas quantias de dinheiro”, material utilizado para o transporte de meixão, 10 viaturas e 30 artes de pesca e artefactos para serem utilizados no tráfico.
A operação deu cumprimento a mais de 20 mandados de busca e apreensão para residências e armazéns, suspeitos de colaborarem no tráfico ilegal de meixão, tendo sido empenhados uma centena de elementos e 40 viaturas.
“As investigações realizadas pela Polícia Marítima decorrem há cerca de um ano, estando todo o material apreendido à guarda do processo”, refere o comunicado.
A enguia europeia (espécie anguilla anguilla), cujo termo “meixão” designa o seu estado final da fase larvar, tem vindo a sofrer um acentuado decréscimo nos últimos anos, constando como protegida na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), pelo que a sua captura pode ser qualificada como crime de “danos contra a natureza” e outros crimes conexos.