O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, considera da maior importância para o país conseguir pôr em lei o Plano Ferroviário Nacional. Um dos objetivos da nova aposta é fazer chegar o comboio a cidades com mais de 20 mil habitantes.
O pontapé de saída foi dado esta segunda-feira. O objetivo é lançar um debate nacional que se quer produtivo e inclusivo, por isso, o Governo não apresenta para já uma proposta fechada, destacando a relevância de apostar na ferrovia, como se faz em toda a Europa, ao contrário de Portugal, onde tem havido um desinvestimento de décadas.
“A ferrovia está a crescer em toda a Europa. O ano 2021 é o Ano Europeu da Ferrovia, toda a gente já percebeu que a ferrovia é um meio de transporte do futuro, não é um meio de transporte do passado”, afirmou Pedro Nunos Santos.
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100 milhões para modernizar a Linha do Vouga
A Linha do Vouga surge referenciada no Plano Ferroviário Nacional (PFR) como já tinha anunciado com um investimento de 100 milhões de euros a concretizar entre 2021 e 2025.
“O projeto consiste na reabilitação e modernização de toda a extensão da linha do Vouga, entre Espinho e Aveiro, mantendo a bitola métrica”, lê-se no documento.
A Linha do Vouga, que liga Espinho a Águeda através de Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha, transportou 337.270 passageiros em 2020.
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Discurso direto
“A grande questão não é o que lá está no plano, que são objetivos globalmente bons. E um a que dou muito mais importância que a Linha do Vouga, que é ligação ferroviária Aveiro- Viseu – Guarda-Salamanca em bitola europeia. Ainda na semana passada, o grupo de cidadãos a que eu pertenço teve uma audiência parlamentar sobre a bitola europeia. Portugal está a cair num absurdo que é andar de comboio dentro de si. Nós temos de ter ferrovia competitiva, também do ponto de vista ambiental, para ir para Espanha, França e a Europa fora. Agora chegar a Espanha e mudar de bitola tem um gasto de recursos relevante que retira competitividade.”
“Se formos ver o Ferrovia 2020 não precisamos de plano nenhum. Está feito, mas nasceu pelo Governo anterior. É marketing e comunicação política, o Governo quis fazer o seu. A taxa de execução não deve chegar a 10 %, mas vamos fazer outro plano para ser o nosso. A grande questão é como vamos alimentar financeiramente. É do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ? Já sabemos que não. É dos próximos fundos comunitários ? Talvez. Mas não pode ser grande, as gavetas são muitas. É directamente pela União Europeia ? Questionei o Primeiro-Ministro no Conselho de Concertação Territorial se o Aveiro – Salamanca estava lá, não me respondeu. Temos de saber interpretar os silêncios. Venha o mapa de financiamento. Não há dinheiro para fazer tudo, a questão é saber quais as prioridades e de onde vem o dinheiro. No Ferrovia 2020 estão oito milhões para o troço Aveiro – Águeda da Linha do Vouga. Tivemos ‘n’ reuniões com a Infraestruturas de Portugal para os gastar, agora são 30 milhões. Onde estão ? Onde está o projeto? Temos de acabar com a politiquice do anúncio. É agora como ?” – Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, declarações na Assembleia Municipal de Aveiro.