PJ levou contabilidade do Gafanha entre 2015 e 2018

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Foto GDB.

A direção do Grupo Desportivo da Gafanha (GDG) confirmou que a Polícia Judiciária (PJ) realizou, esta manhã, buscas na sede do clube, no âmbito de uma investigação por fraude fiscal e branqueamento que envolve também o Boavista e empresas organizadoras de eventos.

Segundo Carlos Peleja, que assumiu a presidência em janeiro de 2019, os inspetores solicitaram acesso a documentação, nomeadamente “elementos contabilísticos, do período entre 2015 e 2018”.

“Facultámos o que nos pediram, não sei o motivo da investigação”, referiu o responsável do Gafanha.

Os anos em causa dizem respeito ao mandato da direção liderada por João Paulo Ramos, quando o clube disputava o Campeonato de Portugal.

Em setembro de 2017, foi criada uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) para o futebol “mas nunca esteve ativa, era o clube que fazia a gestão de tudo”, explicou o atual presidente Carlos Peleja.

A direção tem vindo a ponderar a reativação da SAD no âmbito da restruturação da equipa de futebol sénior, despromovida a época passada ao escalão distrital.

João Paulo Ramos, ex-presidente do GD Gafanha, reagiu em declarações à Rádio Terra Nova dizendo que nunca suspeitou de qualquer irregularidade ou ilegalidade

O processo em causa, que motivou buscas na sede do Boavista, diz respeito a suspeitas de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capital.

A Diretoria do Norte da PJ, em colaboração com a Inspeção Tributária (AT) da Direção de Finanças do Porto, confirmou, em comunicado, a operação policial no rasto de proveitos ilícitos elevados.“Até à presente data foi identificada uma vantagem patrimonial de milhões de euros”, refere um comunicado.

Nesse âmbito, foram realizadas 10 buscas domiciliárias e três buscas não domiciliárias realizadas nos Concelhos de Porto, Vila Nova de Gaia, Guimarães e Aveiro (Ílhavo).

Constituídos sete arguidos, seis dos quais pessoas singulares

Entretanto, a Procuradoria Distrital do Porto do Ministério Público informou em comunicado que “não houve detenções, mas foram constituídos sete arguidos, dos quais uma pessoa coletiva e seis pessoas singulares.” Embora não seja identificado, o presidente do Boavista, Vitor Murta, será um dos arguidos.

O processo diz respeito à “canalização para sociedade desportiva de quantias monetárias obtidas por sociedade comercial, tudo contornando o circuito tributário através de expedientes diversos.”

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