A Polícia Judiciária (PJ) informou que fez hoje buscas em autarquias do Centro e Norte do País, algumas da região de Aveiro, numa investigação da Diretoria do Porto a indícios de corrupção que envolvem a prestação de serviços a empresa de Transportes.
Estão em causa na operação ‘Rota Final’, assim batizada pela PJ, crimes, também, de tráfico de influências, prevaricação, participação económica em negócio e abuso de poderes em negócios no âmbito de contratação pública, adianta um comunicado.
A PJ fez buscas em 18 Câmaras, designadamente Águeda, Almeida, Armamar, Belmonte, Barcelos, Braga, Cinfães, Fundão, Guarda, Lamego, Moimenta da Beira, Oleiros, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Sertã, Soure, Pinhel e Tarouca.
As autarquias da região de Aveiro têm em comum contratos de transportes locais celebrados com o grupo Transdev, que, aliás, está a ser apontado na imprensa nacional como o operador visado pela investigação.
A multinacional francesa é também concessionária do Metro do Porto e dos transportes públicos em Aveiro.
Segundo a nota de imprensa, “mediante atuação concertada de quadros dirigentes de empresa de transporte público, de grande implementação em território nacional com intervenção de ex-autarcas a título de consultores, beneficiando dos conhecimentos destes, terão sido influenciadas decisões a nível autárquico com favorecimento na celebração de contratos públicos de prestação de serviços de transporte, excluindo-se das regras de concorrência”.
Existem indícios ainda da “atribuição de compensação financeira indevida e prejuízo para o erário público” assim como recrutamento de funcionários em que “se terão verificado situações de favorecimento.”
As buscas domiciliárias e não domiciliárias, além de autarquias, visaram entidades públicas e empresas, “relacionadas com a existência de um esquema fraudulento da viciação de procedimentos de contratação pública, com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas.”
A Diretoria do Norte contou com o apoio de vários Departamentos de Investigação Criminal e da Diretoria do Centro nesta investigação realizada no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público – DIAP de Coimbra.
Na operação policial realizaram-se 50 buscas, domiciliárias e não domiciliárias que envolveram 200 elementos da Polícia Judiciária, entre inspetores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos.
“A investigação prossegue para determinação de todas as condutas criminosas, seu alcance e respetivos agentes”, conclui o comunicado.