“Pesca desportiva é cada vez menos invasiva para o meio ambiente”

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Pesca desportiva, Praia da Barra, Ílhavo.

As praias da zona de Aveiro têm das melhores condições para pesca desportiva no Norte do País, movimentando cerca de uma centena de atletas. Falámos como José Santana, que é vice-presidente (área de mar) da Associação de Pesca Desportiva de Aveiro e Beira Litoral.

Como está a pesca desportiva na vossa área ?
Sobre a importância da pesca desportiva em Aveiro, na Ria temos algumas provas oficiais de bóia na zona do molhe central/ Meia Laranja. Nos restantes troços de Ria ela é inexistente. Temos uma participação de 60 atletas em provas nacionais e apenas uns 10 em provas de carácter regional. No que ao mar concerne, a coisa já muda de figura, pois a modalidade de surf casting (pesca de fundo) tem muitos mais atletas participantes em vários escalões (divisões nacionais) e também muitas mais variantes da mesma modalidade. Provas individuais: juvenis, juniores sub-16 e sub-21, senhoras, homens (1ª, 2ª e 3ª divisões nacionais) e ainda os masters (veteranos). Nas provas colectivas: provas de duplas e nacionais de equipas (1ª Divisão e 2ª Divisão Norte + 2ª Divisão Sul). Além destas provas de âmbito nacional ainda existem as de âmbito regional em que participam os atletas desta associação que não conseguiram ainda as subidas às divisões nacionais. As modalidades e escalões são os mesmos.

Que provas passam pela região ?
Se no caso das provas nacionais nem sempre elas se desenrolam nas nossas praias, já no caso das regionais todas se desenrolam em praias da nossa associação, que vai da Figueira da Foz até ao Furadouro.

Como são as praias de Aveiro para a pesca desportiva ?
Aveiro tem boas condições de pesca comparativamente com as praias do Norte do País, com bons acessos, boas condições por parte da Capitania de Aveiro, boas condições para realizar as concentrações, apenas perdendo para as praias alentejanas e algarvias na quantidade de pescado que normalmente se captura.

O que representa atualmente a vossa associação ?
A ARPDABL tem nesta altura 91 atletas filiados na Federação Portuguesa de Pesca Desportiva (FPPD) na área de mar, dos quais 33 estão nos escalões nacionais (1ª D-5, 2ª D- 8, 3ª D- 20) e ainda 21 representantes nas Taças Nacionais (duplas e veteranos). Os restantes participam nas provas de caracter regional, sendo que alguns deles acumulam representação em mais do que uma modalidade. Por exemplo: um veterano faz campeonato individual regional e também prova de veteranos, regional ou nacional.

Utilizam os spots da pesca lúdica ?
Nos molhes, por exemplo, isso diz respeito apenas à pesca lúdica. As provas de mar são sempre desenvolvidas nos areais para proporcionar condições idênticas a todos os participantes na medida do possível.

Que peixe normalmente pescam ?

Na nossa costa captura-se de tudo um pouco, mas os peixes mais capturados são robalos, bailas, sargos, douradas, taínhas, cavalas, peixe-agulha, peixe-aranha, pregados e rodovalhos, também linguados e solhas, ruivos, esporadicamente aparecem savelhas, peixe rei, salmonetes, carapaus, palombetas, ferreiras, choupas, entre outras espécies.
Na pesca desportiva, a pesca sem cana não é permitida.

As condições para este desporto são satisfatórias na região ?
São razoáveis, apenas importa melhorar uma, e tem mais a ver com quem não faz pesca desportiva. A forma como os outros utentes das praias encaram a nossa presença, somos vistos como personas non gratas por estarmos no mesmo espaço que eles, apesar de deixarmos as praias mais limpas do que as encontramos, apesar de pagarmos uma licença para poder desenvolver essa nossa actividade desportiva, apesar de sermos atletas temos a obrigatoriedade de possuir uma licença de pesca como qualquer pescador lúdico.

Com mais exigências ?
Apesar disso, não podemos levar peixe algum para casa ao contrário de todos os possuidores de licença, nem queremos, só achamos que no computo geral somos prejudicados em relação a outros desportos. Queríamos pelo menos poder praticar o nosso desporto sem sermos constantemente incomodados por transeuntes incautos e em alguns casos pelos cães dos mesmos, essencialmente porque as provas desenrolam-se sempre em praias não concessionadas ou então fora da época balnear.

Protegem as praias e os recursos.
A pesca desportiva é cada vez menos invasiva para o meio ambiente. Os atletas de pesca desportiva tem preocupações ecológicas e por isso mesmo deixam os pesqueiros por si utilizados em melhores condições do que as encontradas, trazendo o seu lixo e também o que por lá encontram. O peixe capturado em provas é apenas retido por curto espaço de tempo  até que o fiscal faça a sua medição e logo após é devolvido ao meio ambiente, chama-se a isto pesca sem morte. As classificações fazem-se traduzindo os centímetros em pontos, cada espécie tem uma fórmula inerente em que x centímetros equivalem a peso Y e desse somatório é que se fazem as classificações.