“Perder talentos é absolutamente inaceitável”, alerta o Reitor da Universidade de Aveiro

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Paulo Jorge Ferreira, Reitor da Universidade de Aveiro.
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O Reitor da Universidade de Aveiro (UA) admitiu que as dificuldades de alojamento enfrentadas pelos estudantes possam estar a influenciar negativamente o acesso ao ensino superior.

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Paulo Jorge Ferreira, que também preside ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, não deixou de aproveitar a abertura do ano letivo, esta quarta-feira à tarde, para deixar um alerta, aludindo a “nuvens no horizonte no panorama” do ensino superior.

O número de candidatos a nível nacional decresceu novamente, pelo quarto ano consecutivo e a primeira fase do concurso nacional de acesso, “deixa cada mais estudantes por matricular”, o que “deve merecer a nossa atenção. “Pode, por exemplo, resultar das dificuldades sentidas pelos estudantes para encontrar alojamento junto das instituições”, explicou.

Em Aveiro, o número de estudantes deslocados, tem vindo a “atacar este problema”, tornando-se “uma prioridade” da universidade local. Segundo o reitor, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foram lançados concursos para cinco novos blocos no Castro e para a reabilitação do antigo armazém da Quimigal, junto à estação da CP, o que aumentará em 41 % a capacidade de alojamento. Estão a decorrer obras de requalificação de residências mais antigas. Em Oliveira de Azeméis, avançou uma parceria com a Câmara local para criar alojamento para os alunos do polo politécnico.

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“Até estas medidas se efetivarem, teremos de passar algum tempo em estado transitário, à espera das camas que não temos”, referiu Paulo Jorge Ferreira, acrescentando que o Governo implementou alguns apoios de curto prazo que poderão ser úteis para dar respostas até às novas residências estarem concluídas (programa Alojamento Estudantil Já, com envolvimento das Pousadas da Juventude é um exemplo). “Perder talentos é sempre mau, em altura de contração demográfica é absolutamente inaceitável”, afirmou.

A utilização da pousada de Aveiro, que aguarda requalificação e ampliação, mereceu um reparo do presidente da Associação Académica da UA, Wilson Carmo, informando que as atuais condições de alojamento de quartos para estudantes não satisfazem, recusando a sua utilização. Nos últimos cinco anos, o preço do alojamento privado em Aveiro “mais do que duplicou”.

Alunos colocados em primeira opção subiu pelo sexto ano

Em Aveiro a percentagem de alunos colocados em primeira opção subiu pelo sexto ano seguido. Desde 2020, que o politécnico da UA tem 100% de colocados na primeira fase. 2024-24 arranca com a novidade do curso de medicina, “que responde às necessidades do pais e região”. O reitor destacou ainda que desde 2019 a fração candidatos na UA com notas igual ou superior a 18,5 cresceu 530 %. Chegaram 2881 estudantes internacionais, de mais 80 países.

A sessão de abertura do ano letivo, que contou coma presença da Ana Margarida Balseiro, ministra da Juventude e Modernização, ficou marcada, ainda pela entrega de cerca de 200 bolsas de mérito.

A UA escolheu este dia também para inaugurar um mural da autoria do artista aveirense Hélder Bandara, intitulado “Sete luas e sete sois”, inspirado na obra “Memorial do Convento” de José Saramago, no edifício da reitoria.

Tela de Hélder Bandarra, UA.

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