Uma delegação da Concelhia de Ovar do Partido Comunista Português esteve ontem com os agricultores e as populações do lugar da Marinha, ouvindo as suas preocupações e anseios.
Foi possível ver o avanço da água salgada da ria sobre terrenos agrícolas, que destrói colheitas, põe em causa o cultivo da terra e consequentemente a agricultura familiar, dominante na zona. Ameaça casas e corta as ruas, obrigando os moradores a atravessar, a pé ou de carro, verdadeiras lagoas.
As obras, há muito reivindicadas pelos agricultores e populações, não têm dado a resposta esperada aos seus problemas. Note-se que estas obras foram projectadas à margem dos que ali vivem.
Assim, o Domínio Público Marítimo (DPM) foi estabelecido a partir do ponto actual do nível médio das águas. Os agricultores defendem, porém, que esta área deveria consignar como margem física a que, virtualmente, se encontra submersa, uma vez que a definição do DPM estabelecida inclui juncais e outras áreas agrícolas que sempre foram cultivadas.
Acresce que, as barreiras de protecção criadas com a dragagem para tentar impedir o avanço do caudal da Ria claramente não cumprem o objectivo traçado e as areias retiradas, que poderiam criar um cordão protector face ao avanço da água, não estão a ser depositadas nas suas margens.
De acordo com os agricultores as obras estão a ser feitas com o objectivo de tornar a Ria navegável para investidores do turismo, uma vez que apenas se está a criar condições para a existência de um canal de navegação.
O PCP fará chegar os anseios e aspirações da população e agricultores do lugar da Marinha, a todos os órgãos que contam com a sua representação, designadamente, a Assembleia da República, o Parlamento Europeu, a Assembleia Municipal de Ovar, assim como, a Assembleia da União de Freguesias.
O PCP manifesta todo o seu apoio e solidariedade aos moradores e agricultores do lugar da Marinha, apelando a que se façam ouvir as suas justas reivindicações.
A Comissão Concelhia de Ovar do PCP