Quatro dias depois da vinda da Ministra da Saúde a Águeda, para uma iniciativa promovida pelo Partido Socialista, a deputada Paula Cardoso questionou Marta Temido, na Assembleia da República, sobre como será operacionalizada a anunciada melhoria e reforço de meios para os cuidados de saúde primários.
A vice-presidente do grupo parlamentar do PSD confrontou a Ministra da Saúde com a realidade local “neste momento o concelho de Águeda tem cerca de 8 mil utentes sem médicos de família, o ACES do Baixo Vouga tem para além de uma brutal falta de médicos de família, uma ainda mais preocupante falta de enfermeiros, esta última porque pura e simplesmente não abrem concursos para o efeito.”
No que respeita aos médicos de família, a proposta de Orçamento do Estado para 2022 refere que o Governo tomará as medidas adequadas para concretizar a meta de que todos os utentes tenham uma equipa de saúde familiar atribuída, mas a dotação inscrita para despesa com pessoal apenas aumenta 1%, relativamente a 2021. Note-se que o número de utentes sem médico de família atribuído, segundo o Portal da Transparência, ascende a 1,3 milhões.
Paula Cardoso qualificou a urgência do Hospital de Águeda de “mais do que básica”, explicando que “está transformada num centro de aluguer de ambulâncias, para transportar os doentes a outros hospitais”. A deputada do PSD lembrou Marta Temido que “o município de Águeda, a suas expensas, construiu e requalificou centros de saúde e, agora, está a capacitar com obras de avultado montante, a urgência do Hospital de Águeda”, para questionar se os aguedenses poderão “no final destas obras, esperar a recuperação de serviços e valências da sua urgência, que em muito aliviariam a caótica urgência do Hospital de Aveiro”.
No final da audição parlamentar, a Ministra da Saúde admitiu a existência de dificuldades em Águeda e no Baixo Vouga e referiu que iria receber o Presidente da Câmara, em audiência agendada para 13 de maio.
PSD de Águeda
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