Inaugurados em novembro de 2022, os Passadiços do Mondego, na Guarda, já foram visitados por mais de 45 mil pessoas. Os visitantes/caminhantes chegam, sobretudo, de Portugal e de Espanha.
Os passadiços “mais bonitos do país”, e possivelmente os mais extensos, têm um percurso pelas margens do rio Mondego e os seus afluentes de cerca 12 km, o caminho começa junto à Barragem do Caldeirão, construída em 1988 para abastecer de água o concelho da Guarda, estendendo-se depois pelo vale, nos territórios das localidades de Trinta, Vila Soeiro e terminando já na montanha, em Videmonte.
O percurso aproveita 5Km de caminhos já existentes e integra uma zona de 7km de travessias, passadiços e pontes suspensas com paisagens de cortar a respiração e onde abundam as veredas, açudes, cascatas, levadas e moinhos. Os Passadiços do Mondego estão integrados no Parque Natural da Serra da Estrela e no Estrela Geopark Mundial da UNESCO. O Itinerário compreende Geossítios como o Miradouro do Mocho Real, escombreiras e cascalheiras, do Alto Mondego e ainda os vestígios de património industrial de antigas fábricas de lanifícios ou de produção de eletricidade, nos Trinta, testemunhos de um passado ligado à indústria têxtil deste território, onde teve origem o afamado cobertor de papa. Mas também vestígios mais antigos como uma calçada romana e uma ponte medieval (entre Pêro Soares e Mizarela) que se acredita ter surgido sobre uma ponte já existente da época romana. Muito para descobrir e aprender num local onde podemos ver a Natureza em harmonia com a passagem humana pela paisagem. Esta é uma obra de valorização do património natural da Guarda que pretende mostrar a importância deste rio para a região e para o país, destacando o valor cultural e paisagístico das aldeias de montanha que atravessa.
Biodiversidade do percurso
Rico em biodiversidade, neste itinerário, as águas puras e límpidas do Rio Mondego e dos seus afluentes, permitiram o desenvolvimento de frondosas galerias ripícolas constituídas maioritariamente por amieiros (Alnus glutinosa), freixos (Franixus angustifólia) e salgueiros (Salix spp.), que potenciam as necessárias condições para a existência de uma fauna rica e única, característica destes ecossistemas. Não será de estranhar ouvir o som do chilrear do guarda-rios (Alcedo atthis) ou do melro-d’água (Cinclus cinclus) acompanhado do coaxar da rã verde (Rana perezi) e diversas espécies de sapos.
Acompanhando o serpentear do rio, espécies como lagarto de água (Lacerta schreiberi), toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus) e a lontra (Lutra lutra) enchem de vida este vale, encaixado entre montanhas.Os mais afortunados terão oportunidade de acompanhar as variações sazonais que esta paisagem apresenta, acompanhando os ritmos fisionómicos e cromáticos que espécies como o castanheiro (Castanea sativa), Carvalho-negral (Quercus pyrenaica), pilriteiro (Crataegus monogyna), sabugueiro (Sambucus nigra), medronheiro (Arbutus unedo), giestas (Cytisus spp.) ou as urzes (Erica spp.), lhe conferem. Habitantes como o sardão (Lacerda lepida), a raposa (Vulpes vulpes), o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus), o chapim-real (Parus major), e o gaio-comum (Garrulus glandarius) observam curiosos quem por aqui passeia.
Mais informação e bilhetes na página oficial dos Passadiços do Mondego
www.passadicosdomondego.pt
Guarda é Destino Gastronómico 2023!
A Guarda e os seus passadiços podem e devem também ser explorados pela sua gastronomia, recentemente galardoada. Recordamos que em fevereiro a Guarda foi distinguida com os “óscares de vinho e da gastronomia” em Portugal, atribuídos anualmente, há mais de duas décadas pela Essência do Vinho – Revista de Vinhos. Nesta edição, a Guarda foi eleita: Destino Gastronómico do Ano.
A Guarda tem o seu receituário tipicamente serrano com base no porco, no borrego, na vaca jarmelista e nos peixinhos do rio. Cabrito assado no forno, o bacalhau à Conde da Guarda, o caldo de grão, a sopa de vagens secas, os tradicionais enchidos com destaque para a morcela e o queijo da serra são alguns dos pratos típicos que podem ser degustados. A sua gastronomia varia consoante a sazonalidade das estações. Os doces também são famosos, como o Arroz Doce, o Dom Sancho, bolo feito com massa folhada de centeio e recheio de creme de ovos com travo de queijo da serra, o leite creme, o doce de abóbora com requeijão e ainda a tradicional Bola Parda guardense. Delícias que podem e devem ser apreciadas na companhia de um bom vinho da Região Beira Interior.
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