Depois da autorização governamental a permitir à indústria de Ovar retomar a laboração, que esteve muito limitada por força do estado de calamidade motivado pela pandemia de Covid-19, os setores do comércio e serviços desejam preparar a reabertura de portas aos clientes, o que está condicionado nesta altura a atividades essenciais ou dedicadas à satisfação de necessidades básicas.
“Depois do fim do mês, admitimos que possam ser criadas condições de reabertura, nos comércios. Com regras, desde que se continue a limitar o acesso, havendo cuidados não vemos razões contra”, referiu José Valente, presidente da SEMA – Associação Empresarial dos concelhos de Estarreja, Murtosa, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Ovar que tem no concelho vareiro, justamente, a sua delegação mais recente.
O fecho de portas ocorrido há um mês como medida de contingência associada à ‘cerca sanitária’ provocou um forte abalo na atividade do comércio tradicional que espera, agora, também que lhe sejam dadas perspetivas de reabertura como sucedeu com a indústria.
“Ovar vive uma situação dificíl, falámos com o presidente da Câmara, teve de ser assim. Mas agora, aos poucos, poderá retomar os seus negócios, sabendo que não será fácil. Na indústria, inicialmente a abertura também era para abranger menos empresas, é sempre difícil estabelecer critérios”, lembrou José Valente, considerando que o Ministério da Economia “teve bom senso, ao ir pelos CAE” (áreas de atividade).
“Vamos ver como corre. Há um velho ditado que diz ‘parar é morrer’. Para se parar sem morrer, é necessário ter cuidado”, alertou ainda o dirigente associativo, admitindo que haja quem possa ficar para trás, sem condições de regressar.
A SEMA irá ajudar na promoção dos seus 3150 associados, lançando, em breve uma “plataforma” disponível online a dar conta do comércio e serviços que nesta fase ainda muita limitada mantém-se aberto nos cinco concelhos de influência. “Quem são e onde estão, por concelhos, é esse o levantamento que estamos a fazer”, referiu José Valente.
Discurso direto
Problemas no pagamento de rendas: “Muitos inquilinos ocupam os mesmos espaços há muitos anos. Existe confiança, as coisas resolvem-se com os senhorios, pode haver tolerância”.
Informação útil: “Estamos em contato permanente com associados. A assessoria jurídica é a mais solicitada. Pedem-nos também informações sobre rendas. Estamos a dar uma resposta atenta e pertinente, sem demoras, aos associados”. Vamos adaptar formação para ser feita em teleconferência.”
Impacto económico: “Há muita gente em lay-off, é uma ajuda, não é uma solução, tem de haver razoabilidade. Quando debatemos com as associações do Conselho Empresarial Região de Aveiro (CER Aveiro), íamos mais para comparticipações diretas da Segurança Social, seria mais rápido e eficaz”.
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