O país e o mundo atravessam um período especialmente complexo, que exige respostas concertadas, de difícil exigência e no contexto de um período marcado pelo desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde, pela submissão do país a interesses da União Europeia e do grande capital, ignorando o potencial alavancador da soberania nacional.
A concessão a privados de serviços estratégicos atinge agora o pico das suas consequências, que há muito tempo o PCP denuncia.
O Hospital Infante Dom Pedro carece já de meios humanos e materiais para dar resposta ao surto epidémico Covid-19, como tem sido amplamente noticiado. A falta de preparação de resposta a esta situação deriva não só dos ataques feitos a este hospital em particular, mas também a todos os outros, cujas urgências e serviços foram perdendo valências ao longo dos anos, resultando na sua aniquilação.
São disso exemplo o Hospital Visconde Salreu, em Estarreja, cujo serviço de urgência encerrou em 2008; o Hospital Dr. Francisco Zagalo, em Ovar, que dispõe apenas de consulta aberta desde 2007, claramente insuficiente para dar resposta às necessidades das populações; e o Hospital Conde de Sucena, em Águeda, onde muitas as valências foram entretanto encerradas, o que resulta em evidente dano para os utentes.
As condições agora existentes nos hospitais da região de Aveiro, sendo fruto do ataque ao Serviço Nacional de Saúde, perpetuado há anos pelos sucessivos governos, são agora mais evidentes à luz do que é o surto epidémico e de novas necessidades. Necessidades que se tornaram cada vez mais prementes a cada ataque feito, a cada valência fechada, a cada urgência encerrada. Há medidas que, sendo urgentes há muito, se tornam agora mais óbvias.
O PCP tem um conjunto de propostas para dar resposta concreta ao surto epidémico, nomeadamente, o fim às limitações financeiras no SNS para aquisição de medicamentos, de produtos químicos e farmacêuticos e para a aquisição de material clínico e dispositivos médicos e de bens e serviços, a contratação dos quase 1800 médicos aposentados que se disponibilizaram para voltar ao trabalho nesta fase, bem como a reabertura de centenas de camas encerradas ao longo dos anos e assegurar o funcionamento dos cuidados de saúde primários, entre tantas outras medidas.
Apenas com uma política patriótica e de esquerda se poderia dar resposta plena a esta situação. O povo e os trabalhadores podem contar com o PCP nesta luta.
PCP Aveiro