“O próximo executivo pode parar tudo”, mas Ribau Esteves afirma-se “muito feliz” com o legado

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Aveiro, Paços de Concelho.

O PS votou contra o relatório de atividades e contas de 2024 na reunião do executivo pública realizada esta segunda-feira, temendo que a maioria PSD-CDS-PPM vá deixar “compromissos futuros” que podem condicionar a gestão municipal. Ribau Esteves deu conta de uma “herança bem diferente” do que aquela que recebeu, pela positiva.

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Fernando Nogueira, vereador socialista, referiu que a liquidez patente no saldo de 35,5 milhões e a execução da despesa de 57%, “bastante inferior ao esperado”, revelam “alguma incapacidade de realizar o que se propõe”, com aposta “errada” em projetos “cuidando menos de outras componentes funcionais e materiais, que dão mais trabalho do que só encomendar”.

Apesar disso, notou o eleito, a Câmara, na parte das receitas de capital, vai “reforçar” a alienação de património e recorrer a financiamento bancário, antevendo que esteja “a comprometer para o futuro o equivalente a um orçamento suplementar”, o que, perspetivou, “retira margem de manobra a decisões futuras”, ainda para mais “com falta de discussão” dos projetos em vista, “numa tentativa de estender a influência do executivo atual sobre sucessores.

Nas obras, Fernando Nogueira lembrou “a grande resistência” que a intervenção no Rossio conheceu. Sobre o turismo, pediu “mais cuidado”, porque “a longo prazo pode ser negativo”. A melhoria nos espaço públicos mereceu reparo pelas “descontinuidades” entre cidade e freguesias”, recordando, ainda, a falta de consenso com os projetos escolhidos pela maioria para a ponte praça e invocação da muralha.

Na resposta, sobre a execução do orçamento, Ribau Esteves apontou como uma das causas a necessidade de prever investimentos como o eixo rodoviário Aveiro- Águeda, ainda por lançar a concurso público, e “a falta de empreiteiros, por exemplo em grandes obras como o novo pavilhão – oficina, “o que é um problema do País”. Mas afastou “desvios ou sobre orçamentação”.

O edil mostrou-se “muito feliz” por deixar ao seu sucessor projetos, candidaturas ou fundos comunitários em reserva, algo “bem diferente do que recebeu, que foi “endividamento, uma Câmara cheia de problema orgânicos, desestruturada, com gente a mais, vejam lá a diferença da herança”, sublinhou.

Já a situação financeira “é boa”, com “a esmagadora maioria da dívida” ainda do chamado empréstimo FAM, que serviu para “resolver a grave situação em que a Câmara esteve”, com outras medidas, estando ainda com “alguns anos” para amortizar, garantindo que “a solidez” da tesouraria municipal evidenciada no relatório de 2024 será a mesma na tomada de posse do próximo executivo. Em 2024, o valor da dívida amortizada foi de 3,698 milhões de euros (redução de cerca de 6%).

Ribau Esteves recordou que “a gestão é plurianual”, assumindo por norma compromissos além do mandato, mas “o próximo executivo pode parar tudo”. A “ponte à moda do Élio” , lembrou sobre o polémico atravessamento no canal central, estava em curso, com estaleiro, e foi parada aquando da sua chegada, embora o empreiteiro já tivesse anunciado que abandonava o projeto. O presidente ressalvou que “era bom colocar no programa de candidatura” para se saber antecipadamente as opções que os candidatos pretendem tomar. “Podem demolir tudo, ou uma parte, por não concordar, seja com o que for”, afirmou.

Comunicado da Câmara de Aveiro sobre o Relatório de Atividades e Contas de 2024.

Gravação vídeo da reunião de Câmara de Aveiro.

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