“O País não vai conseguir concretizar fisicamente a habitação que está financiada” – Ribau Esteves

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Expresso da Meia-Noite (Aveiro).
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O presidente da Câmara de Aveiro mostrou-se céptico com a concretização das metas do Governo nas medidas definidas para o sector da habitação, contando para isso com apoio de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Digo isto com clareza: o País não vai conseguir concretizar fisicamente a habitação que está financiada, não há capacidade técnica para fazer projeto, fazer obra. Os jovens, os profissionais, não querem vir para a construção civil”, alertou Ribau Esteves ao intervir num debate sobre o tema “Bazuca que impacto na economia portuguesa ?” transmitido pelo programa “Expresso da Meia-Noite”, da SIC, que foi gravado em Aveiro no âmbito das comemorações dos 50 anos do jornal semanário Expresso.

O “Expresso da Meia-Noite” sobre o impacto do PRR contou ainda com António Mendonça Mendes, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Celeste Hagatong, presidente do Banco Português de Fomento e Óscar Afonso, diretor da faculdade de economia da Universidade do Porto.

Para o edil, “não é que seja uma oportunidade perdida”, mas lembrou que “o país nunca conseguiu executar mais do que 3 mil milhões de euros por ano de fundos comunitários” e nesta década está perante “o compromisso” de investir 6 mil milhões. Um “desafio brutal” para o qual “temos de dar o máximo”, referiu Ribau Esteves, deixando, ainda, uma crítica à repartição das verbas: “lamento muito que a fatia dos municípios seja muito curta, porque teríamos capacidade de aumentar a probabilidade de ser executada”. O autarca aveirense voltou a colocar reservas aos investimentos ferroviários, não vendo que seja “relevante” para desenvolver o país uma nova linha que reduz meia hora a ligação entre Lisboa e Porto, quando deveria ser prioridade chegar mais rápido a Madrid e Paris.

Discurso direto

“Sempre assumimos que o contexto ainda era mais desafiante. Já era desafiante, num contexto de inflação torna-se ainda mais desafiante, para que não haja efeitos de segunda ordem na inflação. Por isso, temos instrumentos suficientes e fizemos-los a tempo e horas para que todos os investimentos pudessem ser cobertos por aquilo que era o previsível aumento de preços. Nós vamos executar o PRR e temos, enquanto País, de executar o PRR” – António Mendonça Mendes, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.

Assistir ao vídeo da SIC Notícias.

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