O nosso compromisso

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Só nos resta confirmar o nosso compromisso de que iremos fazer uma oposição responsável e íntegra, procurando não descer ao nível do atual presidente.

Por David Iguaz *

Após o resultado das eleições deste domingo, quero agradecer profundamente a todos aqueles que confiaram em mim e na Coligação Viva´Aveiro para tentar mudar o paradigma da governação centrada, actualmente, na privatização do bem público, na betonização da cidade, na eliminação dos espaços verdes e na falta de transparência em múltiplos processos encetados por um executivo autocrata.

O nosso objetivo foi, sobretudo, o de tentar instaurar uma forma digna e nobre de fazer política e de envolver a cidadania nas decisões do executivo camarário.

Contudo, a nossa mensagem não terá sido partilhada pela maioria dos cidadãos de Aveiro, que optaram pela manutenção do poder instituído, que privilegia e privilegiará o betão e a descaracterização da cidade como a conhecemos, que nega as evidências científicas dos riscos face à ameaça das alterações climáticas, que colocam Aveiro como uma das zonas de maior risco de inundação, nomeadamente o Rossio. O Rossio que será convertido numa laje inóspita, impermeabilizando toda a zona e aumentando assim a risco de inundação e eliminando todo o coberto arbóreo que faz daquela a principal zona de atração turística da cidade de Aveiro.

Só nos resta confirmar o nosso compromisso de que iremos fazer uma oposição responsável e íntegra, procurando não descer ao nível do atual presidente que só conhece uma forma de fazer política, a da crispação, mentira e insultos, que mesmo depois de vencer as eleições, não abdica de continuar a usar a comunicação social, como sempre fez, para manter este estilo de autocracia do insulto e manipulação. Continuaremos a primar pelos princípios básicos de respeito e urbanismo perante os cidadãos e colegas autarcas sem por isso deixar de refutar as deturpações que sem dúvida se manterão por mais quatro anos contrariamente ao que era de esperar após a vitória da Coligação Aliança com Aveiro.

Pelo atrás exposto, não tivemos outra alternativa senão a de submeter 7 queixas à Comissão Nacional de Eleições (CNE) contra a Câmara Municipal de Aveiro e algumas Juntas de Freguesia pela utilização abusiva de meios de divulgação públicos e institucionais em benefício de candidaturas partidárias, contrariando assim o disposto em instruções emanadas da CNE.

A nível pessoal, irei submeter uma queixa por difamação ao Ministério Público pela notícia divulgada pela agência Lusa, e publicada no Diário de Aveiro do dia 24 de Setembro entre outros meios de comunicação, segundo a qual Ribau Esteves denunciava um “esquema” do PS/PAN para fazer campanha no dia de eleições pelo simples facto de eu estar como delegado em várias mesas de voto.

Convém alertar que este procedimento é perfeitamente corrente e democrático em qualquer acto eleitoral, sendo de destacar que nesse dia houve tão só 3 delegados presentes pela Coligação PS/PAN nas 22 Mesas de Voto da Glória e Vera Cruz, contrastando com cerca de 20 delegados do PSD/CDS-PP/PPM nessas mesmas mesas pelo que as declarações emitidas são ainda mais desproporcionadas e difamatórias, mostrando uma falta de ética indigna de qualquer autarca.

Lamento que a crispação e o insulto continuem a fazer parte do discurso de Ribau Esteves, o que enfraquece claramente a democracia desta autarquia, exigindo que a oposição e os cidadãos de Aveiro continuem a lutar incansavelmente pela verdade, integridade e transparência das instituições.

* Arqueólogo e activista.

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