“Saúde !”. Ribau Esteves retribuiu o fugaz cumprimento ‘passou-bem’ que lhe foi dirigido por Luís Souto quando este saía da sessão de assinatura dos contratos de delegação de competências nas freguesias, esta manhã, nos Paços de Concelho. No mais, até institucionalmente, a presença do presidente da Assembleia Municipal, agora designado candidato à Câmara, foi ignorada pelo edil que guardou todas as palavras elogiosas para os autarcas de freguesia presentes.
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Interpelado por jornalistas sobre a controvérsia instalada após o anúncio da candidatura de Luís Souto a seu sucessor, Ribau Esteves, que, soube-se esta manhã, demitiu-se da presidência da mesa da Assembleia de militantes do PSD local, “num ato político solidário” com a liderança concelhia, começou por avisar que não iria “falar muito nesta fase” sobre o processo autárquico. Uma decisão motivada, assumiu, pela “recusa de um projeto que tinha lógicas”, que, entretanto, “foram perdidas, rompidas, por quem de direito, com toda a legitimidade”.
Questionado sobre se a demissão põe em causa a colaboração e apoio ao candidato indicado pela nacional do PSD, Ribau Esteves, pelo menos no que toca à Assembleia Municipal, não põe nada em causa, pelo contrário. Relativamente à candidatura, não foi claro. “O meu trabalho com Luís Souto é o trabalho com o presidente da Assembleia Municipal, esse trabalho vai continuar de forma impecável, está tudo planeando, em total lealdade e espírito de equipa. Em relação a tudo que diz respeito à candidatura, as perguntas devem ser feitas a Luís Souto”, disse. “Não vou falar da campanha, até porque eu não sei nada da campanha, julgo que até o próprio candidato não saberá lá grande coisa, estará na fase de pensar no assunto”, insistiu.
Ribau Esteves assumiu que “tinha outra solução, um outro caminho”. “Discordo da decisão e demiti-me em solidariedade com o presidente da concelhia, são os dois órgãos da concelhia”, explicou. Recusa, ainda assim, falar de uma eventual “traição” da nacional, embora tenha todo o processo documentado para se defender em eventuais esclarecimentos que se revelem necessários.
“Na política tomámos opções, disseram por aí disparates muito graves. Vou fazer uma carta, um documento escrito, as pessoas de responsabilidade no partido sabem tudo, andamos nisto desde julho do ano passado. Vou deixar escrito, porque a memória vai perdendo informação, que será de acesso reservado e só em situações que espero que nunca aconteçam tornarei público. São opções políticas. Sou militante do PSD, como o dr. Luís Montenegro é e tantas vezes discordamos e continuamos a ser militantes”, disse.
O facto de outros elementos da concelhia, entre os quais um vereador e autarcas de Junta que fazem parte da atual maioria, não se demitirem, também por solidariedade, não motiva estranheza a Ribau Esteves. “Isto é um exercício de liberdade total e absoluto, nos partidos não mandamos uns nos outros. O presidente da concelhia queria tudo menos demitir-se. Somos todos homens livres, prezo a lealdade absoluta com máxima responsabilidade. São todas pessoas livres”, referiu.
Sobre os próximos meses de campanha, o edil diz que se pretende colocar “muito fora de comentar coisas destas” relacionadas com a ‘corrida’ eleitoral, empenhando-se na tarefa de presidente da Câmara. “Estou fora desse processo”, assegurou.
Questionado se o presidente da Assembleia Municipal pode ser um bom presidente da Câmara, deixou sem resposta: “Essa é uma das perguntas que não vou responder”, afirmou, desvalorizando que se perspetive uma ‘luta’ entre irmãos. “Nunca me meto na vida pessoal das pessoas”, referiu.
Candidatura do número dois “é o normal”
“O que não é normal é não avançar um projeto que tem todas as condições para ter continuidade. Quanto candidatos do PSD, de outros partidos, nas Câmaras, onde os presidentes não concorrem mais, o número dois é candidato ? 70, 80 % ? É o normal. Quem foi o meu sucessor em Ílhavo, o número dois!” – Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro.
“Foco é preparar um projeto de vitória para melhorar bem estar dos aveirenses” – Luís Souto
Luís Souto reafirma-se à margem das incidências internas do PSD, onde tem apenas a função de militante, embora a atual concelhia, agora com o líder demissionário, quando tomou lhe reservou a tarefa de coordenar um gabinete de estudos. “Não faço comentários. A partir de agora, o meu foco é preparar um projeto de vitória para melhorar sempre e cada vez mais o bem estar dos aveirenses. O resto interessa-me pouco. Vim para a política apenas com o propósito de corresponder aos reais anseios da população”, afirmou em reação à demissão de Ribau Esteves.
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