“Edifícios inteligentes” é uma nova tendência em arquitetura e construção civil, intimamente relacionada com a tendência de “smart cities” (cidades inteligentes) em urbanismo. São imensas as possibilidades de eficiência em gestão de recursos trazidas pelo computador (leia-se, pela difusão de aparelhos equipados com processadores informáticos) e pela internet (leia-se, redes).
A “building automation” (“automação predial” ou “automação de edifícios”) transforma-se progressivamente num requisito essencial para assegurar a sustentabilidade, a poupança e o conforto dos utilizadores de um edifício.
Coisas como a utilização de elevadores, a gestão do consumo da água, o aproveitamento da energia eólica, a correta regulação do ar condicionado e outros sistemas de aquecimento podem ser mais eficazmente geridos com o recurso a aplicações e aparelhos eletrónicos.
Vejamos algumas tendências em termos de edifícios inteligentes para os próximos anos.
Internet das Coisas (IoT)
Durante vários anos fomos brindados com o que o futuro poderia trazer em termos de os nossos objetos comunicarem entre si: o frigorífico com a internet e o supermercado, as luzes, os sistemas de aquecimento, etc., sem esquecer a interligação do automóvel com o telemóvel. Gradualmente, tudo isto está a tornar-se realidade. O conceito de Internet das Coisas (Internet of Things, ou IoT) está progressivamente a tornar-se “mainstream”, se bem que na base se encontre um conceito mais antigo: a rede (network). Agora que em grande parte das casas já existe uma rede (que liga os telemóveis, os computadores, a box da TV e as colunas Bluetooth, entre si e à internet), é fácil passar à fase da verdadeira automação predial.
Wireless
A televisão e a rádio já eram wireless. A internet também é, cada vez mais, sem fios; mesmo quem usa um computador portátil tem maiores probabilidades de usar uma rede wi-fi do que uma ligação por cabo tradicional. O futuro da automação passa, sem dúvida, pelo aprofundamento desta tendência.
Espaço inteligente
Regular as necessidades de aquecimento de um determinado espaço de um edifício de acordo com o número de pessoas presentes, ou garagens que ajudam o recém-chegado a estacionar, são características do conceito chamado “spacial intelligence” (espaço inteligente). Esta será outra das tendências em termos de “building automation” nos próximos anos.
Código aberto e colaboração
Há sinais que mostram que as grandes empresas de IT (tecnologias de informação) poderão estar mais disponíveis para soluções em “open source” (código aberto) que no passado. As vantagens de conservar uma estrutura fechada, exclusiva da empresa que presta o serviço (como é bem conhecido o caso do ambiente iOS da Apple) poderão estar a ser suplantadas pelas vantagens do código aberto. A empresa só precisará de se focar em construir as melhores aplicações em benefício dos utilizadores, e o trabalho de “base” já estará previamente feito.
O potencial desta opção de negócio é grande, principalmente em termos de partilha e aproveitamento de dados.
User eXperience (UX)
A experiência do utilizador está cada vez mais presente. Com tantas solicitações e um ritmo de vida tão acelerado, não é possível perder tempo a ler complexos manuais de instruções, principalmente se o número de utilizações será mínimo. Quanto tempo estará uma família disponível a perder, ao chegar a um alojamento de férias, a ler o manual de instruções do ar condicionado? As aplicações e os equipamentos devem ser intuitivos, compreensíveis ao primeiro olhar.
Segurança: usar uma VPN em automação de edifícios
Os níveis de eficiência na gestão que se pretendem com a automação predial depende, como vimos, da capacidade da rede. Porém, seria um contrassenso que as melhorias na eficácia ficassem dependentes de uma rede potencialmente insegura, ou vulnerável a “hackers”. Uma coisa é deixar o wi-fi aberto aos vizinhos, algo que só compromete a velocidade e o tráfego (sendo que este fenómeno tem vindo a diminuir, à medida que aumenta a facilidade de acesso e a literacia tecnológica dos utilizadores). Outra coisa é deixar os sistemas essenciais da casa, ou dos apartamentos de um prédio, à mercê de desconhecidos. Nem todos os ataques com malware ou spyware são deliberados, mas não deixam ainda assim de ser um risco. E sabe-se que poderão existir ataques deliberados, quando a vítima é apetecível; por exemplo, uma empresa de gestão imobiliária e de condomínios responsável por uma carteira de imóveis, e respetiva IoT.
Dependendo dos objetivos de segurança do proprietário ou da gestão do condomínio, a solução deverá passar pela utilização de uma rede privada virtual ou VPN (“Virtual Private Network”). Criando um canal exclusivo e inacessível a estranhos, a VPN permite aceder e controlar as aplicações de “building automation” remotamente sem perigo de interferências. A própria rede, e o conjunto de aplicações, estarão muito mais seguros.
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