O flagelo do tabagismo na Europa e o seu impacto na ocorrência de AVC

882
Combate ao tabagismo.
Dreamweb 728×90 – Video I

O risco de desenvolver doenças associadas ao tabaco, nomeadamente o Acidente Vascular Cerebral (AVC), é tanto maior quanto maior for o número de cigarros fumados durante a vida. Estima-se que o risco de AVC nos fumadores seja 2 a 4 vezes superior ao dos não fumadores. Mesmo o fumo passivo pode aumentar o risco de AVC em cerca de 25%.

Maria João Lima *

Dia 26 de setembro celebramos todos os ex-fumadores! O tabagismo continua a ser o principal fator de risco prevenível de morbilidade e mortalidade precoce. Ainda hoje é muitas vezes com complacência que olhamos para este hábito, que continua a ser socialmente tolerado.

A Europa é a região com maior proporção de mortes pelo tabaco, com cerca de 1,5 milhões de mortes anuais atribuíveis ao tabaco. Apesar da tendência para a diminuição dos hábitos tabágicos na Europa, estima-se que pelo menos 1 em cada 4 pessoas com mais de 14 anos ainda seja fumador ativo.

Nos países desenvolvidos, o tabagismo está associado a uma diminuição da esperança média de vida em pelo menos 10 anos. Contudo, a cessação tabágica, especialmente antes dos 40 anos de idade, pode reduzir dramaticamente esse risco de morte prematura.

O risco de desenvolver doenças associadas ao tabaco, nomeadamente o Acidente Vascular Cerebral (AVC), é tanto maior quanto maior for o número de cigarros fumados durante a vida. Estima-se que o risco de AVC nos fumadores seja 2 a 4 vezes superior ao dos não fumadores. Mesmo o fumo passivo pode aumentar o risco de AVC em cerca de 25%.

Quando o fumo do cigarro é inalado, a nicotina e monóxido de carbono entram na circulação sanguínea. A nicotina aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, enquanto que o monóxido de carbono torna o transporte de oxigénio no sangue menos eficiente. A exposição tabágica também acelera os processos ateroscleróticos, causa lesões na camada interna da parede das artérias, facilita a agregação das plaquetas e formação de “coágulos”, diminui a proporção de colestrol-HDL (o “bom” colestrol) e aumenta o risco de certas arritmias cardíacas, nomeadamente a fibrilhação auricular, que aumentam o risco de AVC.

Nunca é tarde para deixar de fumar! Depois de 5 anos sem fumar, o risco de AVC parece ser semelhante ao dos não-fumadores. Mesmo após um AVC, a cessação tabágica tem benefícios na recuperação e prevenção de novos eventos.

Se é fumador, deixar de fumar é o passo mais importante que pode dar pela sua saúde. Os que o rodeiam também vão agradecer! Até o ambiente ficará a ganhar com a redução do consumo do tabaco.

Se é já um ex-fumador, já está a usufruir de mais e melhor tempo de vida e saúde, benefício que começou no dia em que fumou o último cigarro. Desejamos que continue a celebrar essa conquista e que inspire outros a valorizar a liberdade e o bem-estar que advêm da cessação tabágica.

* Neurologista do Hospital Pedro Hispano – Unidade Local de Saúde Matosinhos, membro da SPAVC.

Para mais informações, consulte os sites:

https://www.dgs.pt/programa-nacional-para-a-prevencao-e-controlo-do-tabagismo/quer-deixar-de-fumar.aspx

https://www.sns24.gov.pt/guia/deixar-de-fumar/

Publicidade, serviços e donativos

» Está a ler um artigo sem acesso pago. Faça um donativo para ajudar a manter o NotíciasdeAveiro.pt de acesso online gratuito;

» Pode ativar rapidamente campanhas promocionais, assim como requisitar outros serviços.

Consultar informação para transferência bancária e aceder a plataforma online para incluir publicidade online.