O estado dos Cuidados Primários de Saúde e das Respostas Sociais no distrito

1100
Extensão de saúde de Oliveirinha, Aveiro.

Fomos informados que um pouco por todo o distrito há inúmeras Extensões de Saúde e respetivas Unidades de Saúde Familiar, e até alguns Centros Saúde, que foram encerradas por força do isolamento profilático e decisão do Governo. E que, supostamente, reabririam e entrariam novamente em funcionamento após o fim do confinamento.

Constatámos que até à presente data continuam encerradas dezenas de Extensões de Saúde e inoperacionais dezenas de Unidades de Saúde Familiar. Constatámos que dezenas de médicos a trabalhar para o Serviço Nacional de Saúde estão a dar consultas por telefone!

Não entendemos, nem aceitamos, porque encerraram e ainda não entraram em funcionamento aqueles equipamentos, essenciais à saúde dos utentes, à prevenção e combate da doença, assim como ao controlo diário da evolução e deteção de eventuais casos e focos de Covid-19.

Os utentes do distrito de Aveiro não têm encontrado, na generalidade dos equipamentos do Serviço Nacional de Saúde aqui existentes, uma resposta cabal para os seus mais diversos problemas de saúde e, sabemos, nem aos profissionais que aí trabalham foram asseguradas as melhores condições de trabalho e segurança!

Começam a ser muito preocupantes as sucessivas denúncias, são já muitas as ocorrências, de centenas de utentes que, por ausência de acompanhamento e atendimento médico presencial, têm visto a sua saúde degradar-se, com casos de doença inapropriadamente diagnosticados, consequências de um atendimento à distância que não deteta todos os sinais e que, por ausência de mais e melhores meios de diagnóstico, não requisitados, não verifica em devido tempo os sintomas e o quadro de gravidade da doença e que, por isso, conduz a que os utentes sejam, por vezes, indevidamente encaminhados ou insuficientemente tratados.

Como se já não bastassem os adiamentos irresponsáveis de consultas, cirurgias, exames e tratamentos, temos agora diagnósticos e terapias mal determinados por falta de atendimento e acompanhamento médico presencial e por uso e abuso de consultas por telefone!
Não tenhamos dúvidas, se fosse feita uma inspeção profunda ao funcionamento recente do Serviço Nacional de Saúde, concluir-se-ia que terão já ocorrido casos de agravamentos irremediáveis de doença que se terão tornado fatais e terão antecipado a morte para dezenas de utentes que aguardavam ou esperavam uma resposta adequada do Serviço Nacional de Saúde.

A pergunta que se impõe! – Quantas mortes terão de ocorrer para que o Governo reponha a normalidade no Serviço Nacional de Saúde?

Fomos alertados para a confusão total que grassa entre os serviços distritais do Instituto de Segurança Social e da Administração Regional de Saúde do Centro. Uns e outros empurram a responsabilidade para o lado quando se trata de assumir e emitir a autorização para a abertura e funcionamento das respostas sociais das IPSS`s, nomeadamente as dedicadas aos Idosos.

Num dia comunicam às instituições que podem abrir as respostas sociais, noutro mandam encerrá-las porque falta uma autorização que ninguém tem coragem para emitir. As Técnicas de Acompanhamento do Centro Distrital de Aveiro dizem que a emissão da autorização é competência da Autoridade de Saúde, em sentido inverso, as Delegadas de Saúde dos Centros de Saúde dizem que a autorização é competência do Centro Distrital de Segurança Social!!! Ninguém se entende.

Aliás, as IPSS`s, nestes perigosos tempos de pandemia, navegam sozinhas, muitas vezes sem regras claras e de quem as esclareça e, mais grave, sem financiamento adicional e apoios adequados às despesas excecionais que tiveram e têm que suportar com a adaptação, reabertura e funcionamento das respostas sociais.

Enquanto as autarquias suportaram e organizaram as campanhas de testes à Covid19, eles foram sendo feitos um pouco por todo o lado. Agora, depois das férias, dos emigrantes que vieram matar saudades, de alguns turistas que nos visitaram, do regresso aos postos de trabalho e do regresso às aulas, não se fazem quaisquer rastreios nas IPSS´s!?

Se se fizessem rastreios à Covid-19, massivamente, nas respostas sociais, nomeadamente nas destinadas à Terceira idade, teríamos uma realidade pandémica bem diferente do quadro atual.

Parece-nos que não há interesse do Governo em conhecer e enfrentar a realidade atual, tomando preventiva e ativamente as medidas adequadas!?

Entretanto, como cogumelos, surgem todos os dias e por todo o lado focos de contágio nas respostas sociais, dando a sensação que os responsáveis são as IPSS´s, quando na verdade é o Governo pela sua inação.

A pergunta que se impõe! – Quantas mortes terão de ocorrer nos lares de idosos para que o Governo tome as medidas adequadas e seja solidário com as IPSS´s?

PSD Distrital de Aveiro

Publicidade, Serviços & Donativos

Natalim3