Não sou analista, comentador, ou político com militância partidária, mas custa-me ler, em quem o pretende ser, tamanha asneira.
Por António José Cravo *
Erro muito vulgar decorre das generalizações fáceis em que o sujeito é por hábito “eles” ou “vocês”. toda a generalização é mãe de erros, por vezes fatais.
Vem isto a propósito de publicações recentes em que se confunde o eleitorado do Chega com a sua liderança ou alguns dos seus eleitores. chamar “fachos” aos eleitores do Chega é fácil, é barato, mas só dá confusões.
Vejamos o caso do algarve em 2022 e 2024.
Votos:
2022 – PS : 77.740; PSD: 47.471; Chega: 23.988
2024 – PS : 60.123; AD: 52.885; Chega: 64.228
Vistos os números em valor absoluto é fácil concluir que as perdas do PS e os ganhos da AD ficam muito longe dos ganhos do Chega. ou seja, a grande maioria do crescimento do Chega vem de não votantes em 2022 (pelo menos), de desiludidos. E de desiludidos passam a “fachos” por obra e graça de levianos que acham ter piada fácil.
Não sou analista, comentador, ou político com militância partidária, mas custa-me ler, em quem o pretende ser, tamanha asneira.
É mais fácil pôr etiquetas do que refazer fatos, que o digam os alfaiates e costureiras, e o que é preciso é mesmo rever moldes e métodos de trabalho.