O quadro da situação vigente no contexto europeu é de recear que estejamos perante o arranque aterrorizante de uma guerra global mesmo sem utilização de armas nucleares.
Por Brasilino Godinho *
1.
A guerra de Vladimir Putin (não da Rússia) contra a Ucrânia que está em curso corresponde a um filme tenebroso que se desenrolou nos anos trinta do século XX e que teve expressão mais acentuada e visível na Conferência de Munique realizada a 29 de Setembro de 1938. Nela participaram Neville Chamberlain, Adolf Hitler, Édouard Daladier e Benito Mussolini; respectivamente chefes dos governos da Grã-Bretanha, da Alemanha, da França e de Itália.
De tal conferência resultou elaborado um acordo que consagrava uma política de apaziguamento praticada por Chamberlain e apoiada por Daladier; pelo qual era satisfeita a pretensão de Hitler em ocupar as Sudetas, território da Checoslováquia e ele se comprometia a renunciar à sua política expansionista.
Adolf Hitler não cumpriu o acordo e não lhe bastando ter antes anexado a Austria, no ano seguinte (1939), lançava a invasão da Polónia que, de imediato, marcou o início da Segunda Grande Guerra Mundial; pois que Reino Unido e França declararam guerra à nazi Alemanha.
De notar que a política expansionista era apresentada como sendo de vital importância para a Alemanha necessitada de “espaço vital” e de ter posse do corredor de Danzig.
2.
Agora, no século XXI, estamos confrontados com o russo Vladimir Putin, qual émulo de Adolf Hitler, que prossegue uma política expansionista tendente a reconstituir a dimensão geográfica e o poderio da antiga União Soviética.
Também, nesta altura, face ao espectro nuclear, com o temor da guerra global, as nações europeias e norte-americana estão assumindo uma perigosa política de reactiva contenção e de conformação com o prosseguimento da agressão bélica à Ucrânia, limitando-se a decretarem sanções económicas que nunca tiveram grandes resultados dissuasores.
Em contraposição a essa posição de fragilidade política e militar das nações ocidentais e a vacuidade e inoperância do “tigre de papel” que é, afinal, a NATO; o ditador russo vai acrescentando sucessivas ameaças contra a soberania e integridade territorial de alguns Estados vizinhos da Rússia.
Assim sendo o quadro da situação vigente no contexto europeu é de recear que estejamos perante o arranque aterrorizante de uma guerra global mesmo sem utilização de armas nucleares; embora sendo uma eventualidade que nem se pode descartar; pois que tudo de mais terrível se deve esperar de uma mente enlouquecida possuída de grande poder ditatorial.
É de crer que de cedência em cedência se esteja prosseguindo um trágico rumo de colapso mundial, sem retorno. Assim reposto no nosso tempo o “filme” dramático e horrível que teve como protagonistas o nazi Hitler e o fascista Mussolini.
Oxalá que não se verifique este mau presságio!
* Doutorado em Estudos Culturais, autor. https://www.facebook.com/brasilino.godinho
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