O presidente da Câmara de Aveiro afastou “a privatização” do sistema regional de abastecimento de água do Carvoeiro, atualmente concessionado ao grupo AQUAPOR.
“Ninguém quer vender o Carvoeiro”, garantiu Ribau Esteves que falava esta quinta-feira à noite na Assembleia Municipal.
O tema foi levantado no orgão deliberativo e fiscalizador a pretexto de uma proposta para alteração dos estatutos da Associação dos Municípios do Carvoeiro (AMC), que é formada por oito muncípios da região, tendo sede em Albergaria-A-Velha, onde está localizada a captação principal.
Entre os pontos novos, o motivo de maior discussão prende-se com a concessão de serviços públicos e alienação do sistema de exploração, que deixará de ser por maioria simples, carecendo de aprovação por maioria de dois terços dos membros da Assembleia Intermunicipal.
Segundo Ribau Esteves, a alteração estatutária não está relacionada com a alienação do sistema que garante o abastecimento de água em baixa, tendo como principal cliente a Águas da Região de Aveiro (AdRA), do grupo público Águas de Portugal (AdP).
“Se quisessemos vender, atualmente já seria possível. Estamos a estudar, há quatro anos, e longe de acabar, o que pode ser, um dia, uma fusão coma AdRA, continuando a ser uma empresa pública, ao quadrado”, adiantou o edil aveirense, reduzindo a “efabulações” os receios de venda colocados pela bancadas da esquerda, que motivou votos contra. O eleito do PAN absteve-se.
Discurso direto
“A concessão termina em 2026. Até pode ser vendida antes. É como criar um filho e vender como escravo para benefício de outros. A não ser isto, teremos de vender antes” – António Salavessa, PCP.
“Não faz sentido que a empresa Águas do Vouga faça a gestão em alta, num modelo de Parceria Público Privada. Temos a privatização das mais valias e a socialização dos custos e dos riscos. Os aveirenses sentem no bolso das tarifas mais caras” – João Moniz, Bloco de Esquerda.
“É um bem essencial, que deve ter controlo e agora facilita-se mais um bocadinho. Tem a ver com a proteção do sistema” – Pedro Pires da Rosa (PS).
“Há uma questão ideológica neste debate, a vida continua. Temos da água mais cara ? Não é exatamente assim, o intervalo vai diminuindo. Temos da melhor água do país. O preço garante a sustentabilidade. Não se pode comparar com as PPP. A tarifa social não passa pela Associação de Municípios” – Ribau Esteves, presidente da Câmara.
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