Navegabilidade dos Canais da Ria é um grande desafio para o futuro

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Foto MARIA.

A manutenção de um nível de desassoreamento que permita uma boa navegabilidade nos principais canais da Ria de Aveiro constitui um grande desafio para o futuro, reconheceu o Presidente da Polis Litoral, José Pimenta Machado, num encontro com o MARIA – Movimento de Amigos da Ria de Aveiro.

Numa reunião para apresentação de cumprimentos e para dar a conhecer os principais objetivos do Movimento de Amigos da Ria de Aveiro, o responsável da sociedade Polis Litoral da Ria de Aveiro classificou como sendo legítima a ambição do MARIA em ver garantida no futuro uma ação em permanência de limpeza e reposição de fundos nos canais da laguna.

Na obra de desassoreamento em curso, que teve início no passado mês de abril e tem conclusão prevista para julho de 2020, vão ser investidos cerca de dezoito milhões de euros que permitirão a transposição de cerca de um milhão de metros cúbicos de sedimentos, um quarto dos quais serão usados no reforço do cordão dunar no mar entre a Costa Nova e a Vagueira.

De acordo com os pressupostos e a calendarização da obra, serão dragados o Canal de Ovar (desde o Bico do Muranzel até ao Carregal e ao Largo da Coroa), Canal da Murtosa, Canal de Mira, Canal de Ílhavo (Rio Bôco), Canais do Largo do Paraíso e a Zona Central da Laguna, vulgarmente designada por “Salgado de Aveiro”.

Constituída há cerca de uma década, a Polis Litoral da Ria de Aveiro intervêm numa área de aproximadamente 37 mil hectares compreendidos entre a Barrinha de Esmoriz, a Norte, e a Paria de Mira, a Sul, numa faixa delimitada pelo Atlântico de cerca de 60 quilómetros de extensão.

Desde a sua constituição, a Sociedade Polis Litoral da Ria de Aveiro já investiu cerca de 50 milhões de euros no perímetro da laguna e no reforço do cordão dunar entre Ílhavo e Mira, numa extensão de cerca de 18 quilómetros.

Durante a reunião, os representantes do Movimento de Amigos da Ria de Aveiro transmitiram a sua visão sobre alguns dos problemas que afetam a laguna, tendo dado especial relevo à necessidade de a obra de desassoreamento em curso poder vir a ter um complemento que permita desobstruir as marinas e ancoradouros da náutica de recreio e da pesca profissional.

Por parte da Polis, compreensão para estas pretensões é a palavra que se ajusta à sua visão acerca do assunto, que, no entanto, cai fora do âmbito daquelas que são as suas atuais responsabilidades no processo de desassoreamento em curso e cujo complemento futuro não está para já equacionado, embora não esteja também de todo excluído.

Os responsáveis do MARIA entregaram ao Presidente da Polis Litoral da Ria de Aveiro um exemplar da Carta de Princípios do Movimento, tendo explicado que o seu aparecimento resulta da vontade expressa de um grupo de cidadãos e organizações que decidiram, por esta via, abraçar a ideia de promover a discussão e reflexão de temas que sejam do interesse comum e tenham como fulcro o território da Ria.

José Pimenta Machado, por sua vez, retribui com a oferta de um conjunto de publicações sobre a Obra da Polis Litoral da Ria de Aveiro e dirigiu palavras de apreço e reconhecimento pelo posicionamento e ação do MARIA nas suas intervenções públicas em defesa do património e do ecossistema da Ria de Aveiro.

O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro, fundado no passado mês de abril, é independente de quaisquer poderes políticos, económicos ou religiosos e resulta da agregação voluntária de pessoas, coletividades, associações e organizações, tendo já mais de 2.500 seguidores no seu sítio na rede social Facebook.

Participaram no encontro, em representação Sociedade Polis Litoral da Ria de Aveiro, Diana Gaspar e José Pimenta Machado e, em nome do MARIA, Humberto Rocha, Paulo Ramalheira, Pedro Martins Pereira e Zélu Martins Pereira.

MARIA – Movimento de Amigos da Ria de Aveiro

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