O ano 2022 já faz parte do passado, ainda que recente. Vivemos um pouco mais descomprimidos relativamente ao Covid-19, mas, os seus efeitos negativos ainda se fazem sentir, a prevenção no local das sessões para a dádiva continua, com o uso da mascara. Até quando?
Por Joaquim Carlos *
2022 não nos deixou boas recordações como prevíamos no seu início, é mesmo para esquecer, como perspectivamos para 2023. Se a Câmara Municipal de Aveiro, a União de Freguesias da Glória e Vera-Cruz, o contributo de algumas empresas e muitos amigos, não nos tivessem apoiado da forma como apoiaram, certamente teríamos encerrado as portas ou reduzido para metade as nossas actividades. A desmotivação tomou-nos de assalto.
Tudo rodou em nome da falta de Orçamento de Estado. Contudo, foi notória a falta de vontade e aproximação dos responsáveis do IPST para com a ADASCA. Porque não houve recurso aos duodécimos para adiantamento de verbas na condição de posteriormente fazer-se o acerto de contas? Os ordenados não deixaram de ser pagos, entre outros compromissos pois não?!
Continuamos a ser o País do desenrasca, expressão que mais se ouve. Não devia ser assim. O sentido de responsabilidade e a melhor eficácia devia vigorar em tudo o que tem de ser feito, é para isso que existem as remunerações e incentivos. Dos problemas que reportámos, nunca tivemos uma resposta escrita. Aconteceu com os incidentes nas brigadas na Altice-Labs e na ESSUA, qual avestruz com a cabeça na areia…
Em determinada altura um funcionário reagiu com esta expressão: “Pode escrever ou fazer queixa contra mim, não tenho medo, sou funcionário do público vs Estado”. Que tamanha falta de decoro. A propósito: “Decoro é o mesmo que agir com decência e pudor, seguindo as normas morais e éticas previstas em uma sociedade. Este termo também está relacionado com o comportamento de recato e respeito tido por alguém em determinada circunstância.
Quando se diz que uma pessoa age com decoro significa que se comporta de forma correcta, do ponto de vista da moral e ética vigente em determinado grupo ou sociedade. A falta de decoro, por outro lado, se refere ao comportamento oposto, ou seja, agir sem respeito, dignidade e compostura em situações onde esta é adequada.
O decoro também se refere a postura requerida aos indivíduos que exercem cargos ou funções públicas de modo geral. Etimologicamente, a palavra “decoro” se originou a partir do latim decorum, que significa “decência” ou “conveniência”. Este termo, por sua vez, deriva do verbo decere, que quer dizer “convir” ou “ser adequado”.
Não podemos nem devemos ficar alheios aos problemas que existem no mundo da dádiva de sangue, nem negar a sua existência. Existem soluções para tanto basta ouvir os dirigentes associativos e, colocá-las em prática no terreno. As desculpas são tantas que a falta de vontade dá demasiado nas vistas. Os hábitos adquiridos ao longo dos anos ganharam raízes, são contra às inovações. Não podemos fazer de conta que está tudo bem, porque cada vez há menos dadores nos locais de colheitas. Não podemos nem devemos imitar a avestruz cuja imagem trazemos na capa deste Boletim Informativo para melhor simbolizar/ilustrar.
O ministério da saúde tem conhecimento sobre o que se passa? A Comissão Parlamentar da Saúde idem? Vamo-nos desenrascando… até um dia.
Bom ano 2023 com votos para cada um de nós assuma as suas responsabilidades administrativas, éticas e morais como cidadãos de pleno direito, pois só assim a sociedade pode ser um pouco melhor.
* Presidente da Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro (ADASCA). Texto publicado originalmente no site www.acasca.pt. Consulte a agenda de dádivas de sangue.
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