“Fomos pacientes, acreditámos sempre que era possível dar a volta. Não entrámos no desespero de meter a bola para a frente e alcançámos o objetivo de regressar às vitórias”. Cícero, autor dos golos que permitiram a ‘cambalhota’ na receção ao Anadia, à entrada do último quarto de hora, continua a justificar a aposta do Beira-Mar na sua contratação.
“Trabalhámos bem durante a semana para estar a bom nível. Queríamos muito fazer esquecer a imagem que demos frente ao Marinhense, ao perder aquele jogo depois de estarmos com dois golos de vantagem, quando ‘adormecemos’ um pouco”, explicou o experiente ponta de lança.
A equipa apresentou-se muito ‘perra’ nos minutos iniciais e a ‘obra de arte’ de Marcelo Santiago fez ‘gelar’ os adeptos locais, colocando mais dificuldades pela frente na décima jornada do Campeonato de Portugal.
“Não acho que a equipa tenha estado ansiosa. O Anadia jogou bem na primeira parte, com mais agressividade e estavam mais fortes nos duelos individuais, mas não muito melhores do que nós no jogo jogado. Ainda marcaram aquele golo do meio campo, mas na segunda parte ajustámos, tornámos melhor o nosso jogo e com vontade de dar a volta”, recordou Cícero.
O ponta de lança de 33 anos, a fazer a sua primeira época em Aveiro, esteve em evidência na reação ao golo do Anadia, vendo o guarda-redes forasteiro negar-lhe o empate.
Na segunda parte, a cruzamento de Rodolfo, ensaiou um primeiro cabeceamento, ao seu estilo, que saiu ao lado. Numa jogada idêntica, mas servido por Isaac Cissé, repetiu o gesto técnico coma eficácia desejada, repondo a igualdade. A equipa manteve a pressão e num cruzamento atrasado de Breda, Cícero teve tempo e calma de espírito para colocar a bola longo do guarda-redes, o que valeu a reviravolta e três pontos.
O golo do empate teve uma coreografia para a bancada, que estava prometida. “O meu filho tinha pedido para eu festejar daquela forma se marcasse, depois disse às pessoas que foi ele que pediu”, contou Cícero.
“Trabalhamos durante a semana as movimentações ofensivas, com cruzamentos, O Anadia estava mais fechado, no primeiro golo tive a felicidade de vir direitinha e não facilitei. No segundo, fomos muito fortes na pressão, fiquei ali à espera e ainda bem que tive faro de golo!”, referiu o jogador que tem no currículo, entre outros clubes, passagens pelo Arouca, Paços de Ferreira, Moreirense, Rio Ave, Braga, além de equipas da Turquia, Cazaquistão e Rússia.
Cícero é agora o melhor marcador do Beira-Mar, com cinco golos. Nesta altura, leva 11 jogos, tantos quantos a época passada no Trofense, onde também fez um ‘bis’, numa época encurtada por uma lesão de recuperação demorada.
O Beira-Mar já liderou agora segue em segundo lugar. A proximidade aos lugares cimeiros não é uma surpresa. “Sabemos das nossas capacidades, sabemos que temos de estar a bom nível, o treinador gosta de futebol positivo e com o intuito de ir para todos os jogos para ganhar, o que pode ser não ser possível sempre”, disse ainda o jogador.
Para já, a eliminação do Marítimo na Taça de Portugal é eleito por Cícero como o ponto alto da época, permitindo lembrar ambientes de grandes jogos. “Vai ser inesquecível, o momento mais mágico do Beira-Mar esta época. Agora já só pensanos no próximo jogo para o campeonato, depois tratamos da Taça com o Anadia”, referiu.
Discurso direto
“Sentimos uma pressão positiva. Temos pressão é para treinar bem e disputar os jogos, não nos pressionam para ganhar.”
“Não estamos a pensar na Segunda Liga. É muito cedo, pensamos em fazer o nosso trabalho, andar pelos lugares cimeiros, esperamos que sim, e trabalhar bem. Depois veremos.”
“Sinto-me bem. Sei das minhas capacidades, desde que esteja bem fisicamente posso ajudar no máximo”.
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