Como é sabido, será criado um Museu dedicado à Linha do Vouga num dos edifícios contíguos à estação de Oliveira de Azeméis. O projeto que câmara municipal daquela localidade pretende levar a cabo, além da transformação de um antigo armazém numa secção museológica, prevê ainda a recuperação do edifício dos antigos dormitórios para a criação de uma residência artística, bem como a recuperação dos jardins para aproveitamento turístico e a criação de uma bolsa de estacionamento.
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Uma vez ainda não existirem quaisquer planos a esse respeito, o MCLV identificou este projeto como uma verdadeira oportunidade para que seja recuperada e reativada aquela que consideramos ser a peça ferroviária de maior valor e interesse museológico que ali subsiste: a placa giratória. Este aparelho centenário, também conhecido como “redonda”, tinha a função de permitir a inversão do sentido de marcha das antigas locomotivas a vapor. Há alguns anos, com a simplificação do layout daquela estação, foi removido um dos aparelhos de mudança de via da entrada norte, o que deixou aquela peça desligada da rede ferroviária.
Ora, dado o sucesso da exploração turística da linha, onde se tem verificado várias viagens esgotadas do Comboio Histórico do Vouga, a CP pretende continuar a apostar neste setor e tem inclusive em vista, além da reparação da locomotiva a vapor CP E214, o restauro e reconversão para queima de diesel da locomotiva CP E92, para que esta possa funcionar durante todo o ano. Com a finalização das obras de renovação do troço central, esta será uma oportunidade de ouro para que a exploração turística possa ser estendida a outros pontos da linha, pelo que fará todo o sentido que isso aconteça pelo menos até Oliveira de Azeméis.
A recuperação da placa giratória aliada à criação do novo museu, permitiria transformar todo o espaço da estação num autêntico museu vivo, potenciando o seu interesse e alavancando a própria procura pelo serviço regular de passageiros. Estamos convencidos que para isso acontecer até nem seria necessário um grande investimento. O restauro da placa propriamente dita deverá ser o desafio de maior exigência dado o seu estado de degradação, no entanto, para ligá-la novamente à rede bastará prolongar alguns metros a via de resguardo.
Esperamos, por isso, a melhor das atenções a esta nossa sugestão por parte da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, da CP – Comboios de Portugal, da Infraestruturas de Portugal e do Museu Nacional Ferroviário.
Movimento Cívico pela Linha do Vouga
Vídeo da provável última utilização da placa giratória da estação de Oliveira de Azeméis, em 1998.
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