Um casal residente na Murtosa acusado de ‘fazer vida’ do tráfico de droga remeteu-se ao silêncio no início do julgamento, que decorre no Tribunal de Aveiro.
O arguido, de 42 anos, antigo segurança privada e mariscador, que se encontra em prisão preventiva desde janeiro deste ano, quando foi detido pela GNR, responde ainda por um crime de posse de arma proibida. A companheira manteve-se em liberdade, trabalhando como operador fabril.
O tribunal decidiu ouvir no início do julgamento a gravação das declarações prestadas pelos arguidos no interrogatório judicial. O homem assumiu-se, na altura, como “consumidor” de heroína e cocaína “e não traficante”, admitindo que tenha vendido em casos pontuais para garantir suportar os custos da sua própria dependência. O arguido afastou o envolvimento da companheira no tráfico, garantindo, inclusivamente, que a mesma desconhecia, que ele era consumidor.
No entanto, segundo a acusação do Ministério Público, à data dos factos, o casal, que tem dois filhos menores, não exercia atividade profissional alguma, garantindo o sustento familiar graças ao tráfico.
O arguido disse que recebia dinheiro da “seguradora”, uma vez que encontra-se “de baixa” desde 2015 devido a um acidente de moto, movimentando-se, desde então, com apoio de muletas.
A GNR contabilizou durante a investigação a cargo do Núcleo de Investigação Criminal de Ovar, que durou um ano, “pelo menos” 60 deslocações do arguido ao Porto para comprar droga que seria revendida. O homem justificou as viagens para “deixar” uma mulher com quem “namorou durante uma relação extraconjugal”.
Os suspeitos foram detidos após buscas a quatro veículos, duas embarcações e uma roulotte, que culminou na apreensão de diverso material, incluindo droga (três doses de cocaína na forma de crack, 15 doses de heroína).
A GNR apreendeu, ainda, três veículos, e 3.265 euros em numerário.
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