A casa da histórica olaria “O Caco”, em Ovar, “vai passar para a propriedade da Câmara por permuta de prédio”, informou o presidente da edilidade.
Segundo Salvador Malheiro, “a proposta foi aprovada por unanimidade” na reunião do executivo vareiro.
“Esta é uma excelente notícia para todos nós, sobretudo tendo em conta o sentimento de pertença que os vareiros têm relativamente a esta arte tradicional”, referiu o edil.
Por iniciativa da autarquia vareira, foi aberto procedimento para eventual classificação como ‘Monumento de Interesse Municipal’, processo que se encontra em curso.
O município empenhou-se em salvaguardar uma das mais antigas olarias do concelho. “Queremos potenciar o nosso Território afirmando a nossa identidade, o nosso legado e as nossas tradições”, disse Salvador Malheiro.
A oficina de cerâmica “O Caco” funcionou onde originalmente esteve a “Olaria do Alto de Saboga”, de Evaristo Estarreja. Possui um forno antigo considerado uma peça quase única da história da olaria tradicional.
A permuta envolve a entrega aos proprietários de uma parcela de terreno do município, junto ao Centro de Saúde de Ovar.
Os vereadores do PS no executivo camarário há algum tempo que defendiam a preservação do imóvel por ser de “interesse público, sem prejuízo de ajustar a este o interesse particular dos seus legítimos proprietários.”
A olaria em Ovar remonta ao final do século XIX, tendo grande atividade até meados do século XX.
No chamado largo da Olaria, localizavam-se mais de duas dezenas de oficinas cerâmicas em atividade.
O imóvel onde funcionou “O Caco”, caracterizado como estrutura de ‘arquitetura Industrial’, foi a única estrutura industrial em laboração desde a primeira década do século XX até à atualidade, relacionada com as artes e ofícios da olaria e da cerâmica.