Mulher confessa tráfico de droga “mas não era para luxos”

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Palácio de Justiça, Aveiro.
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Uma mulher de 45 anos residente em Ílhavo, atualmente detida preventivamente, assumiu, em parte, o envolvimento em tráfico de droga (cocaína e heroína), ressalvando que o fazia, também, por ser ela própria toxicodependente.

“A maior parte é verdade, mas não era para luxos, era para consumo, consumia muito, consumi grávida. É verdade que dispensávamos uns pacotes. Vendíamos ao fim do mês, porque não tínhamos dinheiro”, afirmou ao ser confrontada com a acusação durante o início do julgamento, esta manhã, no Tribunal de Aveiro, negando que recebesse como pagamento de droga vendida aos consumidores artigos informáticos e jóias.

A arguida, que não tinha atividade profissional à data dos factos, colaborando no café da falecida mãe, foi ouvida por videoconferência a partir de estabelecimento prisional, onde se encontra com uma filha ainda criança.

O companheiro da mulher, de 43 anos, serralheiro, também detido preventivamente, remeteu-se ao silêncio.

Aquando das buscas domiciliárias da GNR, no início de julho do ano passado, foi apreendida na residência do casal droga (3,8 gramas de heroína e 0,4 gramas de cocaína), assim como dinheiro (390 euros), uma balança e blocos de apontamentos com referência a consumidores e telemóveis.

Um terceiro arguido, de 48 anos, operário fabril, também responde por tráfico de droga neste processo, mas no julgamento alegou que limitou-se a conduzir a arguida para comprar produto estupefaciente ao Porto, recebendo em troca meia grama de heroína por viagem para consumo próprio.

O arguido justificou a presença diária na residência do casal para comprar droga, negando que ajudava a atender contatos de consumidores. Confirmou, ainda assim, que presenciava a atividade de tráfico, incriminando os outros dois acusados.

O grupo estava já a ser investigado desde setembro de 2018. A arguida e o condutor chegaram a ser intercetados no regresso de uma viagem ao Porto, tendo tentado arremessar fora a droga (cocaína e heroína). Seguiram-se buscas que permitiram encontrar mais produto e dinheiro (500 euros).

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