Mulher tentou “ocultar” que estava consciente quando matou marido

1093
Tribunal de Aveiro.
Dreamweb 728×90 – Video I

Além da pena de 18 anos de prisão (o máximo é 25 anos), a mulher que matou o marido, de 60 anos, em Aveiro, em agosto do ano passado, na residência do casal, com contornos de extrema violência, foi condenada pelo Tribunal de Aveiro a pagar indemnizações por danos no valor global de 115 mil euros, que revertem para os filhos (um casal) do falecido.

O coletivo de juízes atendeu o pedido da família também para a condenação da arguida na pena acessória de declaração de indignidade sucessória (perda do direito à herança).

Artigos relacionados

Aveiro: Mulher que matou o marido condenada a 18 anos de prisão

Aveiro: Mulher acusada de matar marido de forma brutal diz que “a confusão começou por ele”

Na leitura resumida do acórdão, a juíza presidente sublinhou que a arguida agiu “indiferente à vida, de forma livre, voluntária e consciente”.

Para o coletivo, não ficou provado no julgamento que o casal se agrediu mutuamente na noite da tragédia, afastando, também, a versão da mulher, segundo a qual reagiu em “estado de alienação”, depois de alegadamente ter sido esfaqueada pelo marido.

Segundo a juíza presidente, também mentiu após a abertura da porta de casa ao dizer que o marido estava a dormir (quando já tinha informado uma irmã, por sms, que o tinha morto à facada), assumindo comportamentos na “tentativa de ocultar” que estava consciente dos atos.

O relatório médico-legal revelou, de resto, que, à parte de uma perturbação de personalidade para a qual recebia tratamento, a arguida não padecia de anomalia psiquiátrica grave, ou seja estava capaz de avaliar as consequências dos seus atos e de se autodeterminar.

O coletivo “não se mostrou convencido, também, do arrependimento e falta de auto-crítica, expondo uma autocomiseração pela vida infeliz que tinha, mas da qual não se afastou” em por casos de alegada violência doméstica de que terá sido vítima.

A especial censurabilidade e perversidade dos factos julgados “não deixaram passibilidade de defesa”, referiu a juíza presidente, sublinhando “a enorme violência” ocorrida.

A morte foi consumada através de pancadas de ancinho e esfaqueamentos, que provocaram um total de 85 ferimentos, 10 dos quais perfurantes, em todo o corpo.

Publicidade, serviços e donativos

» Está a ler um artigo sem acesso pago. Faça um donativo para ajudar a manter o NotíciasdeAveiro.pt de acesso online gratuito;

» Pode ativar rapidamente campanhas promocionais, assim como requisitar outros serviços.

Consultar informação para transferência bancária e aceder a plataforma online para incluir publicidade online.