Uma mulher residente em Águeda, atualmente detida preventivamente, disse no Tribunal de Aveiro, esta terça-feira, não se lembrar de ter agredido violentamente um homem com o gargalo de uma garrafa de vidro de cerveja partida, causando-lhe lesões graves, nomeadamente ao nível do pescoço. Declarações prestadas no início do julgamento em que responde por homicídio na forma tentada.
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“Se me recordo de ter atingido o ofendido ? Não”, afirmou a arguida de 48 anos quando confrontada pela juíza presidente com os factos imputados, alegando que se encontrava embriagada quando ocorreu a agressão, ao final da tarde de 9 de outubro do ano passado, num café.
A mulher, que à data não tinha residência certa e vivia assolada pelas dependências (droga e alcoolismo), contou lembrar-se, apenas, de ter levado “um estalo” do homem no exterior do estabelecimento, mas não ficou com memória da razão de tal atitude.
Quanto à agressão com o gargalho, disse que “se estivesse sóbria jamais seria capaz” de ter aquela atitude. “Não sei como foi fazer aquilo, no meu cadastro não há nada disto, nem tinha nada contra o ofendido. Lamentou, mas sei que não apaga o mal que fiz”, ressalvou.
O homem, com cerca de 60 anos, cantoneiro, ouvido pelo tribunal, referiu conhecer a arguida “das idas ao café”. Antes da agressão, relatou, foi “ofendido verbalmente pela senhora” quando estavam ambos a beber. Depois “houve confusão e um empurrão, não um estalo” que terá levado a mulher a cair. Esta levantou-se, foi ao balcão, partiu a cerveja e regressou ao exterior, desferindo vários golpes no corpo do ofendido, especialmente no pescoço e nas mãos, uma vez que tentou defender-se. “Deiteu tanto sangue que pensei que fosse morrer”, referiu o homem, afirmando-se “ainda hoje traumatizado” pelo sucedido.
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