MP não deixa ‘cair’ tentativa de homicídio qualificado em discussão familiar

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Tribunal de Aveiro.

O Ministério Público (MP) pediu a condenação de um homem e do seu filho por tentativa de homicídio, ao intervir nas alegações finais do julgamento que decorreu no Tribunal de Aveiro.

O caso passou-se em Ovar, o ano passado, quando, em contexto de discussão familiar, o arguido mais velho, operário fabril, atualmente em prisão preventiva, encostou um punhal ao peito da companheira, que teve de ser assistida no hospital da Feira a ferimentos sofridos nas mãos quando resistia.

O filho do agressor, à data com 16 anos, está acusado de ter atuado em cumplicidade.

O casal tem um historial de desentendimentos, que chegaram a motivar processos por violência doméstica contra o arguido. Depois disso, o homem e a mulher reataram o relacionamento.

Para o Procurador do MP, ficou provada “a tentativa de homicídio qualificado” pela qual o arguido respondeu, ainda que deva ser vista à luz de uma “relação tóxica, que tinha tudo para dar em tragédia”.

O envolvimento do filho, que entregou o punhal usado durante a discussão, não pode ser alheio, segundo o magistrado, “à animosidade” que existia em relação à madrasta. “É um crime grave, estamos a assistir à morte de pessoas em casos destes, não podemos esquecer a necessidade de prevenção”, referiu o Procurador.

A defesa do arguido mais velho procurou desvalorizar o ato: “Não houve intenção de matar. Se quisesse tinha-o feito”, referiu o advogado, lembrando a boa inserção social e profissional do acusado.

Já para o defensor do rapaz, a ida a julgamento foi “um azar e já chega de azares”, referindo-se ao contexto familiar em que cresceu, sem apoio da mãe e entregue à avó. “Foi arguido para não ser testemunha, mas deve ser absolvido”, pediu.

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