Mobilidade ciclável: “É preciso mais ação e projetos mais concretos a nível nacional” – Joana Ivónia (Ciclaveiro)

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Foto da Facebook da Ciclaveiro.
Natalim3

Seis anos depois, o ‘Encontro Nacional de Grupos Promotores da Mobilidade Urbana em Bicicleta’ regressa à cidade de Aveiro, que acolheu a primeira edição (com declarações em vídeo).

Devido às restrições pandémicas, desde 2019, em Braga, que os ativistas não se juntavam presencialmente, o que acontecerá para a quinta reunião anual, entre esta sexta-feira e domingo.

Estão inscritos cerca de seis dezenas de participantes, em representação de associações e grupos que chegam de vários pontos do país.

O ‘Encontro’ surgiu para reunir e conhecer pessoas, coletivos e projetos que contribuem para a promoção da utilização da bicicleta em contexto de mobilidade urbana em Portugal.

A edição deste ano irá decorrer com “um modelo” diferente, desenhado em contactos prévios, que procura obter “novas respostas aos desafios coletivos” para reforçar a bicicleta como meio de transporte urbano.

“Estávamos a sentir que é preciso mais ação, para além dos debates. Elaborar projetos mais concretos para trabalhar a nível nacional”, explicou Joana Ivónia, da associação Ciclaveiro, tem a seu cargo a organização.

“Vamos testar esta nova abordagem. Há sempre uma parte de nos conhecermos, de estreitar relações, isso é sempre muito positivo. Tudo o resto que pode surgir é mais positivo. Vamos fazer por isso”, acrescentou.

Esta sexta-feira, há um evento de acolhimento no espaço ‘Avenida Concerto’, também aberto ao público em geral, que serve, também, para apresentações de projetos das associações e outros promotores. Uma oportunidade para conhecer iniciativas que estáo a acontecer pelo país fora em prol da mobilidade ciclável

Sábado é o dia reservado aos inscritos, dedicado à co-criação, para trabalhar em áreas concretas pré-identificadas.

No domingo, de manhã, o edifício ATLAS acolhe outro momento novamente aberto à comunidade para dar a conhecer as propostas resultante do intercâmbio de sábado.

“As balizas que temos é que possam ser desenvolvidos com a perspetiva de aplicação nacional, sejam políticas públicas, áreas mais específicas, como a ciclo oficina, projetos de mobilidade escolar, apoio a novos projetos, o tema ‘mulher e bicicletas’ ou outras grandes áreas para que surjam ideias a concretizar”, exemplificou Joana Ivónia.

Sem ter dados muito concretos, os ativistas da mobilidade ciclável têm “a perceção” que, desde 2017, “há maior sensibilização” para o uso da bicicleta, “com pessoas mais atentas e mais utilizadores”, embora “ainda longe de onde deveríamos estar”, lamentou a responsável da Ciclaveiro.

“Não sabemos exatamente se estamos no bom caminho. Temos uma estratégia nacional que devemos aplicar. No Governo, teremos pela primeira vez um secretário de Estado para a mobilidade urbana. O tema começa a entrar na agenda de várias formas, isso é muito importante. Nas políticas públicas, na comunidade, nas empresas, nas academias. No entanto, as entidades têm de estar coordenadas. Nós pretendemos isso, uma maior coordenação nacional. Existem projetos e boas práticas que podem ser replicadas, integradas ou trabalhadas em conjunto, como o ciclo expresso de Lisboa, que a Câmara adotou. Há necessidade de nos juntarmos e trabalharmos de forma mais colaborativa e articulada”, defendeu Joana Ivónia.

A ideia é abrir, criar um momento de proximidade partilhar ideias , soluções e possibilidade, ouvir e articular, melhorar as ligações, aos vários níveis.

Discurso direto

“Temos em Aveiro um potencial enorme de marca territorial, a ligação à industria, a geografia e o território. Existem projetos pioneiros inovadores, mas estamos a falhar, não estamos a tirar potencial do que temos. Há níveis de utilização muito baixos relativamente ao carro, com pessoas a fazerem percursos muito curtos de carro.
Há muito a fazer na criação de infraestrutura, dificultar o carro, principalmente no centro urbano.
É essencial trabalhar, infraestruturar e criar transporte público a nível municipal, regional e nacional, sempre com opção ao carro.
Temos uma geografia e a BUGA foi um projeto fantástico, que foi esmorecendo. As ciclovias não é só uma faixa vermelha ou verde, tem objetivos que devem estar em mente para facilitar a bicicleta, se realmente funcionam.
Temos tudo para que as coisas aconteçam, a indústria é o maior exportador europeu, a Buga nunca mais foi esquecida, agora está a decorrer instalação de bicicletas partilhadas.
Queremos transpor tudo isto para mais utilizadores. Que não haja medo de usar a bicicleta, sobretudo para os mais pequenos”.

Programa e mais informações em https://ciclaveiro.pt/projetos/engpmub22/

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